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Lucro da TAM recua 78,9% em "ano cheio de desafios"
Acidente, Congonhas e mais custos prejudicam resultado
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A TAM registrou lucro de R$
128,8 milhões em 2007. O montante representa um resultado
78,9% menor do que o de 2006.
O desempenho foi afetado pelas restrições de operação em
Congonhas, pelo aumento de
custos e pelo acidente que matou 199 pessoas em julho.
"Foi um ano cheio de desafios. No ambiente macroeconômico, enfrentamos volatilidade
com a crise do mercado de crédito americano, aumento do
valor do combustível que foi
parcialmente compensado pela
valorização do real. (...) A TAM
recebeu forte impacto de infra-estrutura operacional que prejudicou a redução dos custos",
disse o presidente da companhia, David Barioni.
A receita de vôos no mercado
doméstico teve queda de 6,4% e
somou R$ 4,833 bilhões. A receita internacional cresceu
38,5% e somou R$ 2,129 bilhões, com a entrada em operação de novos destinos. Em
compensação, os custos de serviços prestados e despesas operacionais cresceram 24,3% e
somaram R$ 7,889 bilhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e
depreciações) caiu 66%, para
R$ 378,2 milhões.
O crescimento da demanda
do mercado doméstico foi de
11,9% no ano passado, dentro
das expectativas da empresa.
Em compensação, a TAM previa uma participação no mercado superior a 50%, mas ficou
com 48,9%. A taxa de ocupação
das aeronaves foi de 70,5%.
Impacto de imagem
Segundo Eduardo Puzziello,
do banco Fator, o resultado
veio dentro das expectativas do
mercado. "A companhia sofreu
um impacto de imagem com o
acidente. Independentemente
de ter culpa ou não, ela sai com
a imagem arranhada. Além disso, teve impacto no uso de horas por aeronave com os problemas de infra-estrutura."
A TAM estimava que manteria as aeronaves voando em
média acima de 13 horas/dia,
mas as restrições no aeroporto
de Congonhas levaram a um resultado médio de 12,6 horas/
dia. Ela aumentou suas operações internacionais com a criação de uma terceira freqüência
para Paris e a inauguração de
novos destinos, como Milão,
Frankfurt e Madri.
A companhia previa redução
de 7% nos custos por assentos
disponíveis, mas a queda ficou
em 5,2%. Segundo a TAM, a
meta não foi cumprida por conta do impacto negativo da meta
de horas voadas e pela expansão acima do previsto no mercado internacional, que significou aumento de despesas.
Para Paulo Bittencourt Sampaio, consultor em aviação, a
TAM começou a investir mais
em aeronaves de reserva depois
dos problemas do Natal de
2006, quando vários passageiros enfrentaram dificuldades
para embarcar.
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