São Paulo, terça-feira, 01 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lucro da TAM recua 78,9% em "ano cheio de desafios"

Acidente, Congonhas e mais custos prejudicam resultado

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A TAM registrou lucro de R$ 128,8 milhões em 2007. O montante representa um resultado 78,9% menor do que o de 2006. O desempenho foi afetado pelas restrições de operação em Congonhas, pelo aumento de custos e pelo acidente que matou 199 pessoas em julho.
"Foi um ano cheio de desafios. No ambiente macroeconômico, enfrentamos volatilidade com a crise do mercado de crédito americano, aumento do valor do combustível que foi parcialmente compensado pela valorização do real. (...) A TAM recebeu forte impacto de infra-estrutura operacional que prejudicou a redução dos custos", disse o presidente da companhia, David Barioni.
A receita de vôos no mercado doméstico teve queda de 6,4% e somou R$ 4,833 bilhões. A receita internacional cresceu 38,5% e somou R$ 2,129 bilhões, com a entrada em operação de novos destinos. Em compensação, os custos de serviços prestados e despesas operacionais cresceram 24,3% e somaram R$ 7,889 bilhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) caiu 66%, para R$ 378,2 milhões.
O crescimento da demanda do mercado doméstico foi de 11,9% no ano passado, dentro das expectativas da empresa. Em compensação, a TAM previa uma participação no mercado superior a 50%, mas ficou com 48,9%. A taxa de ocupação das aeronaves foi de 70,5%.

Impacto de imagem
Segundo Eduardo Puzziello, do banco Fator, o resultado veio dentro das expectativas do mercado. "A companhia sofreu um impacto de imagem com o acidente. Independentemente de ter culpa ou não, ela sai com a imagem arranhada. Além disso, teve impacto no uso de horas por aeronave com os problemas de infra-estrutura."
A TAM estimava que manteria as aeronaves voando em média acima de 13 horas/dia, mas as restrições no aeroporto de Congonhas levaram a um resultado médio de 12,6 horas/ dia. Ela aumentou suas operações internacionais com a criação de uma terceira freqüência para Paris e a inauguração de novos destinos, como Milão, Frankfurt e Madri.
A companhia previa redução de 7% nos custos por assentos disponíveis, mas a queda ficou em 5,2%. Segundo a TAM, a meta não foi cumprida por conta do impacto negativo da meta de horas voadas e pela expansão acima do previsto no mercado internacional, que significou aumento de despesas.
Para Paulo Bittencourt Sampaio, consultor em aviação, a TAM começou a investir mais em aeronaves de reserva depois dos problemas do Natal de 2006, quando vários passageiros enfrentaram dificuldades para embarcar.


Texto Anterior: Analistas revêem para cima previsão de juros e crescimento
Próximo Texto: Petróleo: Petrobras não vê ameaça à auto-suficiência
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.