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Safra de cana deverá vir com maior renda
Expectativa é das indústrias do setor, que preveem moagem recorde de 596 milhões de toneladas
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
A nova safra de cana-de-açúcar deverá gerar o recorde de
596 milhões de toneladas na região centro-sul. Se confirmado,
esse volume supera em 10% o
da colheita que se encerrou.
Os dados são da Unica (União
da Indústria de Cana-de-Açúcar), que prevê uma safra mais
rentável para produtores e usinas neste ano. Na avaliação de
Antonio de Padua Rodrigues,
diretor técnico da entidade, a
demanda por álcool deve continuar firme e os preços não recuam tanto como em 2009.
O açúcar perdeu força e caiu
no mercado internacional nas
últimas semanas, mas na renovação de contratos deste ano as
usinas conseguiram um patamar de preço bem melhor do
que o de 2009, diz Padua.
A safra de 2010/11 mostrará,
mais uma vez, aumento na participação do açúcar na moagem
da cana, mas com evolução menor do que em 2009/10. Do total de cana a ser moído, 57% vão
para álcool e 43% para açúcar.
Com isso, a produção de açúcar sobe 19%, para 34,1 milhões
de toneladas, e a de álcool vai a
27,4 bilhões de litros -aumento de 16% em relação à anterior.
A safra atípica de 2009 não
deve se repetir neste ano, mas
um dos problemas será o envelhecimento do canavial, o que
torna a safra menos produtiva.
Enquanto a cana de um ano e
meio -que tem volume menor
neste ano- rende 110 toneladas por hectare, a de quinto
corte -que tem área maior-
produz apenas 70 toneladas.
Mas o aumento da qualidade
da cana e a entrada em operação de dez novas unidades industriais garantirão a elevação
da produção, diz Rodrigues.
A produção de açúcar aumenta 5,5 milhões de toneladas
nesta safra, enquanto as exportações sobem 3,3 milhões. A
produção de álcool cresce 3,7
bilhões de litros, com exportações de 1,8 bilhão de litros.
O grande mercado do álcool é
o interno, diz Padua. Em março
de 2011, a frota de carros flex
deve atingir quase a metade
-49%- dos veículos em circulação no país. Com isso, as vendas médias mensais de álcool
sobem para 2,1 bilhões de litros.
A renda de 2009/10 não agradou aos produtores. O Consecana mostrou o valor médio de
R$ 46,40 por tonelada, ante
custo de R$ 52, incluída a depreciação, diz Ismael Perina
Júnior, presidente da Orplana.
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