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Em 20 anos, indústria passa de arroz a celular
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
A produção industrial brasileira
ficou mais sofisticada no intervalo
de 20 anos entre 1979 e 1999. Produtos que nem sequer eram fabricados no país, como microcomputadores e telefones celulares,
estão entre os cem mais fabricados. Aviões e motocicletas também estão agora entre os cem.
Mas as mudanças não foram suficientes para alterar o perfil estrutural da produção. "A estrutura da indústria brasileira segue
sendo de bens intermediários e de
bens de consumo não-duráveis,
apesar da evolução", disse ontem
Sílvio Sales, chefe do Departamento de Indústria do IBGE.
Sales participou da divulgação
da Pesquisa Industrial Anual por
Produto 1998-1999, cujos dados
foram comparados com os do levantamento de 1979. A última
pesquisa foi feita em 1981. Os dados servem, principalmente, para
definir a estrutura de peso da PIM
(Pesquisa Industrial Mensal) feita
pelo IBGE. A base da atual PIM é o
Censo Econômico de 1985.
A pesquisa de 1999 envolveu um
universo de 16 mil indústrias, responsáveis por vendas no valor de
R$ 308,57 bilhões, equivalentes a
cerca de 70% das vendas industriais do país naquele ano.
As cem maiores atividades industriais correspondiam a R$
149,52 bilhões, ou 48,46% do universo pesquisado. Em 1979, as
cem maiores respondiam por
42,8% da pesquisa.
Embora mudanças de nomenclaturas e desmembramentos de
produtos em várias denominações expliquem, em parte, a perda
de importância relativa de vários
itens, é fácil observar que a produção se sofisticou.
"Mesmo entre os bens de consumo não-duráveis, perderam espaço relativo produtos menos
manufaturados, como o arroz beneficiado", disse Sales.
O arroz passou do 13º para o 59º
lugar de 1979 a 1999. Alguns produtos pouco elaborados ainda entre os 20 mais vendidos em 1999
estão ligados ao complexo exportador, como o açúcar cristal e do
suco de laranja concentrado.
Os automóveis, de diferentes
potências de motores, são os três
itens de consumo durável que fazem parte da lista dos 20 mais fabricados em 1999. O grupo dos intermediários caiu para oito e o
dos não-duráveis subiu para oito.
Somadas as três categorias de
automóveis produzidas em 1999,
elas representaram vendas totais
de R$ 12,7 bilhões, ou 4,25% do
universo da pesquisa. Em 1979 os
automóveis representavam 1,9%
do total pesquisado.
Os combustíveis continuaram
no topo da produção industrial
do país após 20 anos. Considerados os automóveis em separado, o
óleo diesel (combustível de caminhões e ônibus, principalmente)
ficou em primeiro lugar em 1999,
saltando do segundo lugar que
ocupava em 1979.
A gasolina, o combustível dos
automóveis, foi quem perdeu o
primeiro lugar para o diesel, passando à terceira colocação. Estão
ainda entre os 20 maiores de 1999
a nafta petroquímica e o óleo combustível, derivados de petróleo como a gasolina e o diesel.
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