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TRABALHO
Na festa do 1º de Maio, CUT e Força Sindical pedirão ao governo medidas contra o desemprego e por mais salário
Centrais cobrarão mais emprego e renda
FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Força Sindical,
centrais sindicais que informam
representar juntas cerca de 40 milhões de trabalhadores, vão cobrar hoje do governo Lula, durante as comemorações do 1º de
Maio, medidas para combater o
desemprego e aumentar a renda
do trabalhador brasileiro.
As duas principais centrais do
país vão dar seu recado ao governo em duas megafestas em São
Paulo. A CUT escolheu a avenida
Paulista (região central), ao contrário de anos anteriores, quando
fez eventos espalhados pela periferia da cidade. A Força Sindical
fará sorteios e shows na praça
Campo de Bagatelle (zona norte).
Enquanto a CUT pede soluções
emergenciais para o desemprego
e para melhorar a renda, a Força
Sindical promete "bater" no reajuste do salário mínimo, que passa de R$ 240 para R$ 260 hoje, e na
falta de ações do governo que resultem na expansão da economia.
O número de desempregados
cresceu 8,4% e atingiu 2,7 milhões
de trabalhadores em março, de
acordo com pesquisa divulgada
na última terça-feira pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística).
Os dados mostram que, de um
ano para o outro, houve expansão
de 211 mil pessoas na quantidade
de desempregados. A queda na
renda, no mesmo período, foi de
2,4%. A pesquisa leva em conta
seis regiões metropolitanas do
país.
Emprego, o principal pedido
"Fizemos até um samba para o
trabalhador cantar na festa. A
música pede "chega de conversa,
emprego é o que interessa". Esse é
um governo de muita reunião e
de pouca decisão", diz Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical. Para o
sindicalista, ao optar pelo aumento de R$ 20 no salário mínimo, o
governo perde a "credibilidade"
da população.
Para Paulinho, o país vive uma
situação "dramática, porque o governo Lula optou por fazer uma
política econômica para beneficiar o sistema financeiro em vez
de estimular a indústria e, como
conseqüência, a criação de empregos. O governo precisa dizer
não ao FMI [Fundo Monetário
Internacional]", afirma.
Esse recado será dado pela Força durante os shows e os sorteios
-de carros, apartamentos e bolsas de estudo- que a central vai
realizar hoje a partir das 7h.
Frentes de trabalho
A CUT programou shows ao vivo e apresentações teatrais para
debater temas relacionados ao desemprego, à perda do poder aquisitivo e à precarização das condições de trabalho no país.
"Temos muito do que reclamar.
Ajudamos a eleger o governo federal e temos esperança a longo
prazo. Mas são muitos problemas
a curto prazo: renda, emprego, salário mínimo. E a CUT certamente vai cobrar o que não vem sendo
cumprido pelo governo", diz Luiz
Marinho, presidente da entidade.
A central defende a criação imediata de frentes de trabalho nas
regiões metropolitanas para combater o desemprego e para iniciar
o processo de recuperação de renda dos brasileiros, além de políticas de incremento da produção,
redução na taxa de juros e revisão
dos compromissos fiscais assumidos com o Fundo.
Correntes sindicais da CUT ligadas à oposição e a movimentos
populares escolheram comemorar o 1º de Maio com protesto e
passeata no centro da cidade. "A
CUT escolheu fazer uma megafesta com shows. A Força, com
sorteios. Não concordamos com
isso. É desrespeito aos trabalhadores que estão passando por dificuldades devido à política econômica do governo Lula", diz José
Maria de Almeida, presidente do
PSTU e diretor da CUT.
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