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Estatais privilegiam festa da CUT, diz Força
Deputado federal e presidente da Força, Paulo Pereira da Silva afirma que notificará empresas públicas a esclarecer repasses
CUT, Petrobras e Caixa informam que as verbas concedidas são para várias ações de cidadania, e não somente para ato de hoje
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Petrobras distribuiu R$ 1
milhão para as comemorações
do 1º de Maio de forma desigual
entre as centrais sindicais e privilegiou a festa da CUT (Central Única dos Trabalhadores),
entidade historicamente ligada
ao governo petista e ao presidente Lula. A afirmação é do
presidente da Força Sindical e
deputado federal Paulo Pereira
da Silva (PDT-SP), o Paulinho,
que vai notificar as empresas a
prestar informações dos recursos públicos concedidos a cada
central.
As reclamações sobre o repasse de verbas federais às centrais têm ocorrido desde o governo FHC. Na administração
tucana, os cutistas é que reclamavam que a Força Sindical recebia verbas do FAT (Fundo de
Amparo ao Trabalhador) para
qualificação profissional e intermediação de mão-de-obra
de forma privilegiada.
"Há uma desproporção na
distribuição de verbas federais
para a CUT, que conseguiu recursos até para fazer seus congressos. Para o 1º de Maio, recebemos R$ 250 mil, enquanto a
CUT ganhou mais do que o dobro desse valor", afirma.
A Petrobras, por sua vez, informa que o contrato com a
CUT prevê o repasse de R$ 600
mil em quatro ações sociais
realizadas nas comemorações
pelo Dia Internacional da Mulher (que ocorreu em Itaquera,
em março), no evento "Rumo
ao 1º de Maio" (feito em abril,
em Mauá), no Dia da Criança
(que será em outubro) e no Dia
da Consciência Negra (marcado para novembro). Segundo a
estatal, foram repassados R$
250 mil para a Força e R$ 150
mil para a CGT (Confederação
Geral dos Trabalhadores).
"Não há verba da Petrobras
para o 1º de Maio. O logotipo
com a marca da empresa será
colocado na festa em retribuição aos quatro eventos sociais
que a estatal patrocinou. Só vamos receber o valor acordado
após prestar contas", diz Edílson de Paula, presidente da
CUT estadual em São Paulo.
A Caixa Econômica Federal
investiu R$ 580 mil nos eventos das três entidades -R$ 300
mil para três comemorações da
CUT (em ações de cidadania e
na festa de hoje), R$ 200 mil
para a Força e R$ 80 mil para a
CGT. A instituição informa
também que destina recursos
para esses eventos porque costumam reunir milhares de trabalhadores, seu público alvo. "A
Caixa é o principal banco do
trabalhador e opera benefícios
ligados a ele, como PIS, seguro-desemprego e FGTS, além de
recolher o imposto sindical."
Para o presidente da Força,
as verbas deveriam ser distribuídas igualmente entre as entidades ou de acordo com o público de cada evento. "Reunimos 1 milhão de trabalhadores
em nosso ato", afirma.
A CUT rebate dizendo que só
as ações em Mauá e em Itaquera reuniram cerca de 150 mil
pessoas, e que hoje deve reunir
perto de 1 milhão. "Paulinho
deveria cuidar do seu mandato
como deputado federal. Certamente ele vai se destacar na
área trabalhista. É com isso que
ele deveria se preocupar", diz o
dirigente da CUT.
Após ter tentado dois locais
sem sucesso para fazer sua festa, a CUT comemora hoje o Dia
do Trabalho com um megashow na região central de São
Paulo. O local só foi definido na
semana passada. A festa da Força acontece na zona norte da cidade, e a da CGT ocorre em Carapicuíba. Os movimentos sociais, o PSTU e a central ligada
ao partido, a Conlutas, fazem
protesto na praça da Sé.
"A verba das estatais cobre
parte de nossos gastos, estimados em R$ 700 mil para fazer a
festa, que reúne atrações musicais e sorteio de prêmios. Nossos sindicatos bancam o restante dos custos", diz Canindé
Pegado, secretário-geral da
CGT. Além dos R$ 230 mil recebidos da Caixa e Petrobras, a
central diz que teve patrocínio
de R$ 150 mil de Furnas e de R$
80 mil da Bovespa.
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