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DIAS DE TENSÃO
Porta-voz da organização diz que aumento na cota de até 3 milhões de barris por dia teria efeito curto
Para Opep, "fator medo" encarece petróleo
DA REDAÇÃO
Os problemas de segurança no
Oriente Médio podem anular o
impacto da elevação da cota de
produção do petróleo da Opep
(Organização dos Países Exportadores de Petróleo) nos preços.
A avaliação é do ministro do Petróleo do Qatar, Abdullah bin Hamad al-Attya. Às vésperas da reunião da organização, que começa
na quinta-feira, no Líbano, o ministro afirma que "o fator medo"
ajudou a elevar o preço em US$ 8
por barril. "O fator medo está ligado aos incidentes geopolíticos e
políticos em todo o mundo."
O ministro do Qatar destacou
ainda que a Opep pode até aumentar a produção, mas o cartel
não pode controlar o papel que o
medo exerce no mercado. "Nós,
da Opep, temos feito o nosso melhor para eliminar esse fator [o
medo] por meio da garantia de
que não haverá uma crise de abastecimento. A Opep maximizou a
produção com a intenção de enviar uma mensagem clara. Temos
capacidade de intervir", afirmou.
O Kuwait, outro membro da
Opep, também se mostra empenhado em aumentar a produção.
O ministro da Energia, Ahmad al-Fahd al-Sabah, disse que o país já
elevou a sua produção em 150 mil
barris por dia. "Temos uma capacidade adicional de produção que
pode ser usada. Estamos falando
de 200 mil barris por dia".
O porta-voz da Opep, Omar
Ibrahim, entretanto, se mostrou
cético com relação ao impacto da
maior produção nos preços. Ele
disse ontem que a Opep poderia
aumentar sua cota de produção
em até 3 milhões de barris por dia,
mas o efeito não duraria mais do
que algumas horas, pois os altos
preços do petróleo se devem a fatores geopolíticos. O teto para a
produção, atualmente, é de 23,5
milhões de barris por dia.
A conferência da Opep começará em meio a turbulências na Arábia Saudita, principal exportador
da organização. Uma série de ataques terroristas que ocorreu no
último final de semana no país
deixou 29 mortos, de acordo com
as autoridades sauditas.
Para Al-Attiya, os acontecimentos não afetarão a produção do
país, que exporta 8 milhões de
barris por dia. Por causa do feriado nos EUA e na Inglaterra, ontem não houve negociação no
mercado. Na sexta-feira, o barril
valia US$ 39,88 em Nova York.
Com agências internacionais
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