São Paulo, terça-feira, 01 de junho de 2004

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DIAS DE TENSÃO

Porta-voz da organização diz que aumento na cota de até 3 milhões de barris por dia teria efeito curto

Para Opep, "fator medo" encarece petróleo

DA REDAÇÃO

Os problemas de segurança no Oriente Médio podem anular o impacto da elevação da cota de produção do petróleo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) nos preços.
A avaliação é do ministro do Petróleo do Qatar, Abdullah bin Hamad al-Attya. Às vésperas da reunião da organização, que começa na quinta-feira, no Líbano, o ministro afirma que "o fator medo" ajudou a elevar o preço em US$ 8 por barril. "O fator medo está ligado aos incidentes geopolíticos e políticos em todo o mundo."
O ministro do Qatar destacou ainda que a Opep pode até aumentar a produção, mas o cartel não pode controlar o papel que o medo exerce no mercado. "Nós, da Opep, temos feito o nosso melhor para eliminar esse fator [o medo] por meio da garantia de que não haverá uma crise de abastecimento. A Opep maximizou a produção com a intenção de enviar uma mensagem clara. Temos capacidade de intervir", afirmou.
O Kuwait, outro membro da Opep, também se mostra empenhado em aumentar a produção. O ministro da Energia, Ahmad al-Fahd al-Sabah, disse que o país já elevou a sua produção em 150 mil barris por dia. "Temos uma capacidade adicional de produção que pode ser usada. Estamos falando de 200 mil barris por dia".
O porta-voz da Opep, Omar Ibrahim, entretanto, se mostrou cético com relação ao impacto da maior produção nos preços. Ele disse ontem que a Opep poderia aumentar sua cota de produção em até 3 milhões de barris por dia, mas o efeito não duraria mais do que algumas horas, pois os altos preços do petróleo se devem a fatores geopolíticos. O teto para a produção, atualmente, é de 23,5 milhões de barris por dia.
A conferência da Opep começará em meio a turbulências na Arábia Saudita, principal exportador da organização. Uma série de ataques terroristas que ocorreu no último final de semana no país deixou 29 mortos, de acordo com as autoridades sauditas.
Para Al-Attiya, os acontecimentos não afetarão a produção do país, que exporta 8 milhões de barris por dia. Por causa do feriado nos EUA e na Inglaterra, ontem não houve negociação no mercado. Na sexta-feira, o barril valia US$ 39,88 em Nova York.


Com agências internacionais

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