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Para evitar falsificação, novas cédulas de real devem ter tamanhos diferentes
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Cédulas de tamanhos diferentes, com detalhes impressos
com tintas que mudam de cor
conforme a luz do ambiente,
hologramas e faixas metálicas.
Essas são algumas das características das novas notas de real
que devem substituir as que
circulam no país desde 1994.
O projeto técnico das novas
cédulas já foi praticamente finalizado pelo Banco Central.
Ainda falta decidir as figuras
usadas para ilustrar cada nota.
A idéia é usar personalidades
da história do Brasil, que substituiriam os animais usados
atualmente nas cédulas.
Segundo o Banco Central,
não há data para que a mudança ocorra. Para que seja implantada, ela precisa ser aprovada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), composto
pelos ministros da Fazenda e
do Planejamento e pelo presidente do Banco Central.
Uma das principais alterações está no tamanho das notas: quanto maior o valor,
maior a cédula. Com isso, o governo pretende impedir o método de falsificação que consiste em apagar a tinta de uma cédula de valor mais baixo e imprimir por cima uma nota de
valor mais alto. Essa técnica
costuma ser usada, segundo
técnicos do BC, porque a textura do papel-moeda é um dos aspectos mais difíceis de serem
copiados. A diferença de tamanho também ajudaria na identificação das cédulas por parte
dos portadores de deficiência
visual, como já acontece hoje
em dia com as moedas.
As maiores alterações estão
nas notas de valor mais alto,
mais sujeitas a falsificações.
Em 2006, foram apreendidas
570 mil cédulas falsas, uma alta
de 34% em comparação a 2005.
Notas de R$ 50 e de R$ 100,
por exemplo, terão partes impressas com tinta que muda de
cor conforme a luz do ambiente
-em linguagem técnica, "tinta
oticamente variável". Hologramas também serão colocados
nessas duas notas, com o objetivo de impedir que sejam feitas
cópias em máquinas de xerox
ou de digitalização (os chamados "scanners").
O uso de outros materiais
que não o papel na confecção
das notas foi descartado depois
da avaliação negativa feita sobre as notas de R$ 10, de plástico, fabricadas entre 2000 e
2001. Segundo pesquisa do BC,
pessoas que têm muito contato
com dinheiro -caixas de banco, por exemplo- reclamam
que é comum as cédulas ficarem "grudadas" umas nas outras, dificultando a contagem.
Já a ilustração das novas notas ainda não foi definida. O BC
deixou de incluir personagens
históricos nas cédulas nos anos
90, antes do Plano Real, quando os herdeiros de um escritor
se recusaram a ceder gratuitamente ao governo os direitos
do uso de sua imagem.
Assim, embora exista a intenção de abandonar o uso da
figura de animais, ainda não há
uma definição sobre os problemas legais que poderiam ser
enfrentados, dependendo dos
homenageados escolhidos.
A idéia de uma nova família
de cédulas do real é antiga. O
projeto que hoje está nas mãos
do BC começou a ser desenvolvido em 2004. Um dos argumentos usados para justificar a
troca é que não houve tempo,
durante a elaboração do Real,
para criar notas mais sofisticadas, que fossem mais difíceis de
serem falsificadas. Depois de 13
anos, as cédulas em circulação
acabaram obsoletas, o que facilita a ação dos falsificadores.
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