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Infra-estrutura cria mais empregos
Ritmo de abertura de vagas na área já supera o registrado na construção civil ligada à edificação residencial e comercial
Empresários prevêem forte consolidação no setor de infra-estrutura pública e privada ao longo de 2009 com mais investimentos
DA REPORTAGEM LOCAL
O ritmo da criação de empregos formais na construção civil
dirigida a obras de infra-estrutura superou pela primeira vez
o da contratação de trabalhadores para edificações residenciais e comerciais.
Entre janeiro e março, o emprego com carteira assinada na
infra-estrutura cresceu 18%.
Na área de edificações, 15%. No
saldo de admissões e contratações de março, a infra-estrutura respondeu por um terço das
182 mil novas vagas.
Segundo Ana Maria Castelo,
da FGV Projetos e que faz estatísticas para o Sinduscon-SP,
na média o emprego na construção civil cresceu 15,7% no
primeiro trimestre.
Já o ritmo de contratações na
infra-estrutura foi, em março, o
maior desde que esse tipo de
estatística tornou-se disponível pelo Ministério do Trabalho, em dezembro de 2006.
Segundo José de Freitas
Mascarenhas, presidente do
Conselho de Infra-Estrutura
da CNI (Confederação Nacional da Indústria), várias regiões
do país já começam a sofrer
com a falta de mão-de-obra
destinada à infra-estrutura.
Mascarenhas afirma que
existe uma especial apreensão
em relação às obras futuras como das hidrelétricas de Jirau e
Santo Antônio, no rio Madeira,
e para a área de petróleo.
No caso do petróleo, o governo federal criou o Prominp
(Programa de Mobilização da
Indústria de Petróleo e Gás),
sob coordenação do Ministério
de Minas e Energia e da Petrobras, exclusivamente para buscar e qualificar mão-de-obra.
Para Paulo Godoy, presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base), só para o setor de petróleo e gás a expectativa é que serão realizados investimentos anuais de R$ 41 bilhões nos próximos anos. Já na
área de energia elétrica, seriam
R$ 21 bilhões.
A Abdib deve concluir nos
próximos dias um mapa completo dos investimentos em infra-estrutura previstos e em
andamento no país.
Segundo Godoy, na comparação com o primeiro ano do
governo Lula (2003), os investimentos no setor em 2007 foram 90% maiores, atingindo R$
84 bilhões.
"Mas o grande ano da infra-estrutura será 2009, quando
esperamos um salto importante com uma série de investimentos públicos e privados."
Na área pública, um dos
grandes obstáculos a novos investimentos é a ausência de
projetos. Como o país ficou
muito tempo sem grandes
obras, há déficit de projetos
aprovados para execução.
Muitos dos existentes estão
desatualizados, o que inclui traçados de estradas e vias de escoamento de produtos que deveriam passar do lado de fora
de alguns municípios.
Como foram realizados há
quase uma década e as cidades
próximas cresceram no período, vários desses traçados hoje
atravessam zonas metropolitanas e foram abandonados.
Para José Ribamar Miranda
Dias, vice-presidente da Anut
(Associação Nacional dos
Usuários do Transporte de
Carga), as avaliações do governo federal em relação ao PAC
no setor rodoviário têm sido
"otimistas demais".
Dias lembra que a execução
do Orçamento da pasta dos
Transportes tem sido precária
desde o início do governo Lula.
"Na prática, o governo nunca
consegue gastar em um ano valores superiores a R$ 3 bilhões,
apesar de ter orçamento e restos a pagar bem maiores do que
isso", afirma.
(FERNANDO CANZIAN)
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