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Valor elevado é comum na publicidade
CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
da Reportagem Local
Publicitários brasileiros estão
entre os mais bem pagos do mundo. Essa constatação não vale, porém, para todos: na verdade, alguns publicitários estão entre os
mais bem pagos do mundo.
Salários de R$ 35 mil ou R$ 40
mil (sem contar bônus de final de
ano) são relativamente comuns
entre diretores de criação que trabalham para médias e grandes empresas.
Pesquisa feita em março pelo
Sindicato dos Publicitários de São
Paulo comprova esses dados. O levantamento mostra que, em média, o salário de um diretor de
criação era de R$ 16 mil.
O maior salário encontrado para
essa categoria foi de R$ 39.999 e o
menor, de R$ 3.285. Já o salário
médio de um redator era de R$
8.927, e o maior salário, de R$ 45
mil. E esses valores não incluem
benefícios indiretos ou bonificações anuais.
Poucos publicitários concordam
em falar abertamente sobre o assunto.
Francesc Petit, o "P" da DPZ (a
maior agência brasileira), deu, porém, uma dimensão do tema ao
escrever, num artigo para a Folha,
que muitas agências no país pagam "salários astronômicos, superiores aos pagos em Nova York
ou Londres a verdadeiros cobras
da profissão".
Essa situação não é generalizada.
Salários realmente elevados são
pagos para publicitários da área de
criação enquanto profissionais de
outros setores -como atendimento aos clientes, planejamento
e pesquisa- têm remuneração
em média um pouco menor.
O salário médio de um gerente
de atendimento, por exemplo, supera R$ 6.000 (o de um diretor está
próximo de R$ 8.000).
Uma explicação para os altos salários dos publicitários é o volume
elevado de recursos envolvidos
nas grandes campanhas.
Campanhas
Os 30 maiores anunciantes do
país investem a cada ano mais de
US$ 30 milhões, cada um, em publicidade e, com frequência, a divulgação de um produto, especialmente no seu lançamento, consome algo como US$ 5 milhões.
A Antarctica, por exemplo, investiu aproximadamente R$ 13
milhões em marketing para lançar
sua nova marca de cerveja, Bavaria, apenas em São Paulo.
Com esses valores em jogo, o risco de fracasso é alto, o que justificaria altos salários.
O pagamento de salários elevados para pelo menos uma parte
dos seus funcionários faz com que
a folha de pagamento seja a maior
despesa de uma agência.
Segundo cálculos da consultoria
Price Waterhouse, entre 50% e
70% dos gastos de uma agência
são com pessoal (salários, encargos trabalhistas e bonificações).
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