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São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2003

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RECALL DA PRIVATIZAÇÃO

IGP-DI deixará de ser indexador

Teles confirmam que planejam renovar contrato por mais 20 anos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As seis concessionárias de telefonia fixa confirmaram ontem oficialmente seu desejo de renovar os contratos atuais por 20 anos a partir de 1º de janeiro de 2006. Os novos contratos serão assinados em 2005.
A confirmação estava prevista nos contratos atuais.
Com a renovação, as concessionárias poderão explorar os serviços de telefonia, mas, em contrapartida, terão de cumprir metas de universalização (como instalação de telefones públicos), qualidade e competição.
As seis concessionárias -Embratel, Telemar, Telefônica, Brasil Telecom, Sercomtel e CTBC- aprovaram sem ressalvas o novo modelo de contrato elaborado durante a gestão petista.
Nele, o reajuste anual deixa de ser feito pelo IGP-DI, índice fortemente influenciado pelos preços de atacado e pelo câmbio, e passa a ser indexado a um índice próprio do setor, ainda não definido.
Essas mudanças provocaram polêmica no início do mês passado. O ministro Miro Teixeira (Comunicações) queria eliminar a indexação e adotar um modelo de custos baseado em uma empresa fictícia eficiente. Após reunião de Lula com as concessionárias, a idéia foi descartada.
As empresas têm até 31 de dezembro de 2005 para assinar os novos contratos.

Veto
O governo federal vetou a idéia da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) de tornar mais cara a ligação de um telefone comum para um pré-pago fixo, que estará disponível para a população a partir de 2006.
A proposta original da Anatel previa uma espécie de subsídio cruzado. Os donos de telefones convencionais custeariam o funcionamento do Aice (Acesso Individual de Classe Especial), como o pré-pago é chamado no governo, por meio de maior tarifação das ligações.
Ou seja, quando um consumidor comum ligasse para o Aice, a ligação poderia custar até o dobro de uma ligação normal. Com isso, se por um lado a decisão do governo beneficia os consumidores atuais, por outro impede um eventual benefício para as camadas mais pobres da população que quiserem comprar o Aice.

Lei ferida
Segundo o secretário nacional de Telecomunicações, Pedro Jayme, a idéia do subsídio fere a Lei Geral de Telecomunicações. A legislação específica diz que não pode haver diferenças nas tarifas de ligações entre telefones fixos.
O veto do governo consta no PGMU (Plano Geral de Metas de Universalização), publicado no "Diário Oficial" da União de sábado. A Casa Civil retirou a "remuneração de rede" (leia-se tarifas) da lista de meios para disseminação do Aice.
O PGMU foi aprovado no dia 5 pela Anatel e sancionado na sexta-feira pela Presidência. A regulamentação do telefone pré-pago fixo passa, agora, por consulta pública até 7 de julho.


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