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RECALL DA PRIVATIZAÇÃO
IGP-DI deixará de ser indexador
Teles confirmam que planejam renovar contrato por mais 20 anos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As seis concessionárias de telefonia fixa confirmaram ontem
oficialmente seu desejo de renovar os contratos atuais por 20
anos a partir de 1º de janeiro de
2006. Os novos contratos serão
assinados em 2005.
A confirmação estava prevista
nos contratos atuais.
Com a renovação, as concessionárias poderão explorar os serviços de telefonia, mas, em contrapartida, terão de cumprir metas
de universalização (como instalação de telefones públicos), qualidade e competição.
As seis concessionárias -Embratel, Telemar, Telefônica, Brasil
Telecom, Sercomtel e CTBC-
aprovaram sem ressalvas o novo
modelo de contrato elaborado
durante a gestão petista.
Nele, o reajuste anual deixa de
ser feito pelo IGP-DI, índice fortemente influenciado pelos preços
de atacado e pelo câmbio, e passa
a ser indexado a um índice próprio do setor, ainda não definido.
Essas mudanças provocaram
polêmica no início do mês passado. O ministro Miro Teixeira (Comunicações) queria eliminar a indexação e adotar um modelo de
custos baseado em uma empresa
fictícia eficiente. Após reunião de
Lula com as concessionárias, a
idéia foi descartada.
As empresas têm até 31 de dezembro de 2005 para assinar os
novos contratos.
Veto
O governo federal vetou a idéia
da Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) de tornar
mais cara a ligação de um telefone
comum para um pré-pago fixo,
que estará disponível para a população a partir de 2006.
A proposta original da Anatel
previa uma espécie de subsídio
cruzado. Os donos de telefones
convencionais custeariam o funcionamento do Aice (Acesso Individual de Classe Especial), como o pré-pago é chamado no governo, por meio de maior tarifação das ligações.
Ou seja, quando um consumidor comum ligasse para o Aice, a
ligação poderia custar até o dobro
de uma ligação normal. Com isso,
se por um lado a decisão do governo beneficia os consumidores
atuais, por outro impede um
eventual benefício para as camadas mais pobres da população
que quiserem comprar o Aice.
Lei ferida
Segundo o secretário nacional
de Telecomunicações, Pedro Jayme, a idéia do subsídio fere a Lei
Geral de Telecomunicações. A legislação específica diz que não
pode haver diferenças nas tarifas
de ligações entre telefones fixos.
O veto do governo consta no
PGMU (Plano Geral de Metas de
Universalização), publicado no
"Diário Oficial" da União de sábado. A Casa Civil retirou a "remuneração de rede" (leia-se tarifas)
da lista de meios para disseminação do Aice.
O PGMU foi aprovado no dia 5
pela Anatel e sancionado na sexta-feira pela Presidência. A regulamentação do telefone pré-pago
fixo passa, agora, por consulta pública até 7 de julho.
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