São Paulo, quinta-feira, 01 de julho de 2004

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PRODUÇÃO

Com exportações em alta, empresas vendem mais e usam mais a capacidade instalada em maio; salário também sobe

Vendas da indústria de SP voltam a crescer

IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE

As vendas das indústrias paulistas cresceram 4,9% em maio na comparação com abril. Os 11 setores pesquisados pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) mostram aumento de faturamento no mês. Os números da Fiesp já descontam os efeitos da inflação.
Para o diretor de pesquisas da Fiesp, Claudio Vaz, três fatores estão por trás desse resultado: maior número de dias úteis em maio -21 contra 20 em abril-, entrada do inverno e exportações.
Dos setores que compõem a pesquisa da Fiesp, os maiores aumentos nas vendas foram verificados naqueles que estão direta ou indiretamente relacionados ao mercado externo, como metalurgia (expansão de 8,5%) e mecânica (aumento de 7,4%).
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que as exportações de produtos industrializados cresceram 14,8% em maio na comparação com abril e 39,1% em relação a igual mês do ano passado. No acumulado de janeiro a maio, as vendas externas de industrializados registram expansão de 29,5% sobre o mesmo período do ano passado.

Crescimento surpreende
"Nós não estimávamos um crescimento dessa magnitude nas exportações. Há um movimento internacional de retomada da atividade, puxado pelos Estados Unidos e mantido pela China."
Segundo Vaz, algumas empresas com forte participação no mercado nacional estão exportando mais de 80% da produção por causa da falta de demanda interna. É o caso, por exemplo, de algumas companhias do segmento de calçados.
No mercado doméstico, de acordo com o diretor da Fiesp, é possível observar melhora de demanda apenas em setores que dependem de crédito, como o de bens duráreis -veículos e linhas branca e marrom. Os segmentos que necessitam de renda, como os produtos alimentares, continuam com desempenho fraco.
Na comparação com maio do ano passado, as vendas reais da indústria paulista registraram expansão de 25,7%. Vaz ressalta, porém, que a base de comparação é fraca, pois na primeira metade de 2003 predominaram as expectativas em torno das ações no novo governo.
Vaz destaca que, historicamente, maio é um dos meses mais fortes da atividade industrial, juntamente com março e outubro.

Faturamento e salário
No acumulado do ano, até maio, o faturamento da indústria paulista aumentou 20,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
A pesquisa mostra também que o salário real médio pago na indústria teve pequeno aumento (de 0,4%) em maio na comparação com abril, e expansão de 7% em relação ao mesmo mês do ano passado. No ano, o salário aumentou 7,6% por conta dos acordos coletivos.
As horas trabalhadas na produção aumentaram 3,1% de abril para maio e cresceram 5,3% na comparação com igual mês de 2003. A utilização da capacidade instalada na indústria passou de 81,3% para 83,8% entre abril e maio.
Na avaliação de Vaz, a indústria paulista vai continuar com tendência positiva no segundo semestre e tem condições de registrar crescimento superior a 5% em 2004.
A previsão inicial da Fiesp era de expansão em torno de 4,5% no caso de a economia brasileira atingir crescimento de 3,5%.


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