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PRODUÇÃO
Com exportações em alta, empresas vendem mais e usam mais a capacidade instalada em maio; salário também sobe
Vendas da indústria de SP voltam a crescer
IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE
As vendas das indústrias paulistas cresceram 4,9% em maio na
comparação com abril. Os 11 setores pesquisados pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo) mostram aumento de
faturamento no mês. Os números
da Fiesp já descontam os efeitos
da inflação.
Para o diretor de pesquisas da
Fiesp, Claudio Vaz, três fatores estão por trás desse resultado:
maior número de dias úteis em
maio -21 contra 20 em abril-,
entrada do inverno e exportações.
Dos setores que compõem a
pesquisa da Fiesp, os maiores aumentos nas vendas foram verificados naqueles que estão direta
ou indiretamente relacionados ao
mercado externo, como metalurgia (expansão de 8,5%) e mecânica (aumento de 7,4%).
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior mostram que as exportações de produtos industrializados
cresceram 14,8% em maio na
comparação com abril e 39,1% em
relação a igual mês do ano passado. No acumulado de janeiro a
maio, as vendas externas de industrializados registram expansão de 29,5% sobre o mesmo período do ano passado.
Crescimento surpreende
"Nós não estimávamos um
crescimento dessa magnitude nas
exportações. Há um movimento
internacional de retomada da atividade, puxado pelos Estados
Unidos e mantido pela China."
Segundo Vaz, algumas empresas com forte participação no
mercado nacional estão exportando mais de 80% da produção
por causa da falta de demanda interna. É o caso, por exemplo, de
algumas companhias do segmento de calçados.
No mercado doméstico, de
acordo com o diretor da Fiesp, é
possível observar melhora de demanda apenas em setores que dependem de crédito, como o de
bens duráreis -veículos e linhas
branca e marrom. Os segmentos
que necessitam de renda, como os
produtos alimentares, continuam
com desempenho fraco.
Na comparação com maio do
ano passado, as vendas reais da
indústria paulista registraram expansão de 25,7%. Vaz ressalta,
porém, que a base de comparação
é fraca, pois na primeira metade
de 2003 predominaram as expectativas em torno das ações no novo governo.
Vaz destaca que, historicamente, maio é um dos meses mais fortes da atividade industrial, juntamente com março e outubro.
Faturamento e salário
No acumulado do ano, até
maio, o faturamento da indústria
paulista aumentou 20,4% em relação ao mesmo período do ano
passado.
A pesquisa mostra também que
o salário real médio pago na indústria teve pequeno aumento
(de 0,4%) em maio na comparação com abril, e expansão de 7%
em relação ao mesmo mês do ano
passado. No ano, o salário aumentou 7,6% por conta dos acordos coletivos.
As horas trabalhadas na produção aumentaram 3,1% de abril para maio e cresceram 5,3% na comparação com igual mês de 2003. A
utilização da capacidade instalada
na indústria passou de 81,3% para
83,8% entre abril e maio.
Na avaliação de Vaz, a indústria
paulista vai continuar com tendência positiva no segundo semestre e tem condições de registrar crescimento superior a 5%
em 2004.
A previsão inicial da Fiesp era
de expansão em torno de 4,5% no
caso de a economia brasileira
atingir crescimento de 3,5%.
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