São Paulo, sábado, 01 de julho de 2006

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MERCADO ABERTO

GUILHERME BARROS
guilherme.barros@uol.com.br

Anfavea sugere criar Alca automotiva

O governo do Brasil deve aproveitar o exemplo do acordo automotivo fechado com a Argentina e fazer o mesmo com outras regiões do mundo, como a África do Sul, a União Européia e os Estados Unidos. Seria o melhor caminho para ampliar os horizontes da exportação do setor automotivo e ainda promover um crescimento maior do mercado interno.
A afirmação é do presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb, um dos protagonistas nas negociações entre o Brasil com a Argentina para o fechamento do acordo. Segundo ele, o acordo, válido até 2008, irá fazer com que o Brasil exporte 500 mil veículos para a Argentina nos próximos dois anos.
A Argentina é o maior cliente externo da indústria automobilística brasileira. O Brasil vende para a Argentina 25% do total de sua exportação de automóveis. O acordo manterá a Argentina na liderança entre os países importadores de veículos produzidos no Brasil.
Para Golfarb, o Brasil deve explorar essa política de acordos comerciais com outros países para ampliar a fabricação de carros, até para enfrentar a concorrência da China, que ameaça ser um grande concorrente do Brasil na produção de automóveis populares.
Golfarb cita o exemplo do México, que tem 42 acordos comerciais com outros países, sendo que 18 são do setor automobilístico.
O presidente da Anfavea acha que o Brasil possui muitas oportunidades, hoje, de explorar esse filão. "Nós podemos pensar em estruturar um acordo que envolva a Alca ou até mesmo criar uma Alca automotiva", diz.
Golfarb não defende um acordo que promova uma abertura total do mercado entre o Brasil e os Estados Unidos, mas sim reduções graduais de tarifas de importação, além da fixação de cotas para os dois países e algumas desonerações tributárias para tornar mais competitiva a indústria automotiva brasileira.
O Brasil é competitivo em relação aos Estados Unidos na produção de veículos como caminhões e carros compactos, e, por isso, teria hoje oportunidade de firmar acordos com os americanos.

PORTA A PORTA
A Hydrogen, marca de cosméticos adquirida em abril pelo grupo Silvio Santos, se prepara para entrar em novos mercados. No varejo, além de renovar a licença da Disney e ampliar a linha infantil com mais personagens, a empresa está lançando uma versão adulta, a SPA Hydrogen, que deve ocupar as gôndolas em julho. A outra ação da Hydrogen, segundo a diretora Juracy Monteiro, é a entrada da marca no setor de venda direta, responsável por 25% dos negócios do segmento de beleza e higiene no Brasil. A empresa irá lançar uma linha especial, ainda mantida em sigilo, para atender esse mercado porta a porta, e que vai concorrer diretamente com Natura e Avon. "Só posso dizer que as vendas começam em outubro, e teremos um posicionamento de preço melhor que o da Natura", diz Juracy. Segundo ela, o grupo irá investir mais de R$ 16 milhões em ações de marketing no lançamento dessas novas linhas.

PÓ DE ATLETA
A Granado, conhecida pelo polvilho de embalagem tradicional, está modernizando seus produtos. A empresa se prepara para lançar novas versões de anti-sépticos, sem perder a identidade do rótulo, criado em 1903. Segundo a executiva Sissi Freeman, a empresa vivia um impasse: o público alvo dos anti-sépticos são atletas, que preferem embalagens inovadoras. "Mudamos para cores modernas, mas com o layout tradicional", diz ela.

EFEITO COPA
Depois do resultado expressivo de maio, o mercado de automóveis estacionou em junho. O total de emplacamentos deve ter ficado em cerca de 140 mil unidades, bastante inferior aos 155,5 mil de maio e muito próximo aos 139,9 mil de junho de 2005. Em maio, o salto tinha sido de 25% em relação a abril e de 15% frente ao mesmo mês do ano anterior. Já no acumulado dos primeiros seis meses, as vendas devem ter somado cerca de 760 mil unidades, por volta de 10% acima de 2005.

TELEFONIA
Nos últimos dias, a imprensa espanhola tem divulgado uma séria de notícias especulando sobre o futuro da Vivo. O jornal semanal "Expresso" afirmou, em sua última edição, que o presidente da Telefónica, César Alierta, e o presidente do Sonae, Belmiro de Azevedo, já teriam negociado a venda da parte da Portugal Telecom na Vivo para a empresa espanhola. Em troca, a espanhola cederia 9,6% da Portugal Telecom e 32,2% da empresa de celulares marroquina Médi Telecom.

NOVO SÓCIO
A Telefutura, um dos cinco maiores call centers do país, tem novo sócio. O Banco Pátria acaba de adquirir as partes de Cássio Motta e José Macedo. O corpo diretivo mantém-se inalterado. Os fundadores, o presidente, Luiz Mattar, e o vice-presidente, Eraldo de Paola, se mantêm no cargo. Os dois detêm 32% de participação na empresa. O grupo Votorantim permanece como principal acionista.

QUERO MAIS BRASIL
O Movimento Quero Mais Brasil participa da Francal 2006, em São Paulo, entre os dias 4 e 7. Será distribuído material informativo e os visitantes serão orientados a assinar as cédulas de adesão. Lançado há três meses, o movimento tem 236 entidades e apoio de empresários como Jorge Gerdau e Antônio Ermírio de Moraes. A promoção deve atingir cerca de 60 mil pessoas, o público estimado da feira.


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