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Renault e Nissan poderão comprar títulos da GM
Proposta foi apresentada por Kirk Kerkorian, maior acionista individual da GM
Oferta tem como objetivo aliviar a crise financeira enfrentada pela indústria dos EUA e criar sinergias entre as montadoras
DA FOLHA ONLINE
As montadoras Nissan e Renault poderão comprar uma
parcela "minoritária significativa" das ações da americana
General Motors -a maior fabricante de automóveis do
mundo.
A proposta partiu do bilionário Kirk Kerkorian, 89, maior
investidor/acionista individual
da GM, com cerca de 10% do capital da empresa. A oferta tem
como objetivo aliviar a crise financeira enfrentada pela montadora norte-americana e criar
sinergias entre as montadoras.
A japonesa Nissan e a francesa Renault concordaram em estudar a proposta de Kerkorian
desde que o conselho de administração e a diretoria-geral da
GM apóiem o projeto.
Kerkorian sugeriu a aliança
em carta enviada ao executivo-chefe da GM, Rick Wagoner.
Ele também pede que a empresa americana organize um comitê para "explorar imediata e
completamente" a possibilidade de parceria.
"Acreditamos que participar
de uma parceria global com a
Renault e a Nissan poderia levar a GM a obter sinergias significativas e reduções de custos
e, desse modo, beneficiar em
muito a companhia, além de
elevar seu valor para os acionistas", diz a carta registrada na
SEC (Securities and Exchange
Comission).
Kerkorian já tem um representante na diretoria da GM,
Jerry York. Desde janeiro, a
GM vem seguindo algumas de
suas sugestões, como reduzir os
salários dos executivos e os dividendos.
A Renault confirmou que
Kerkorian chegou a consultar o
executivo-chefe da Renault, o
brasileiro Carlos Ghosn, para
"avaliar o interesse" em uma
eventual fusão.
O mercado reagiu com otimismo às negociações. As ações
da GM subiram 8,6% na Bolsa
de Nova York e atingiram o
maior valor em oito meses.
Renault e Nissan têm bons
resultados e suas ações subiram, nos últimos cinco anos,
63% e 67%, respectivamente.
Já os papéis da GM caíram 53%
no mesmo período.
A Nissan e a Renault são parceiras desde 1999. Hoje, a montadora japonesa possui 15% da
francesa, que, por sua vez, tem
44% das ações da Nissan.
Crise
A GM registrou prejuízo de
US$ 10,6 bilhões no ano passado. Entre os obstáculos enfrentados estão altos custos trabalhistas, queda nas vendas de
SUVs (veículos esportivo-utilitários, na sigla em inglês, e um
dos principais artigos da empresa) devido ao aumento dos
preços da gasolina e da perda de
participação no mercado americano para empresas estrangeiras.
Para enfrentar a crise, a GM
anunciou um plano para cortar
cerca de 30 mil empregos em
suas unidades na América do
Norte, além de desativar 12 fábricas até 2008.
A montadora também anunciou a venda de ativos, como
51% das ações GM Acceptance
Corp, seu braço de financiamento de veículos. No total, o
negócio pode render mais US$
14 bilhões para a GM nos próximos três anos.
Com agências internacionais
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