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Greve atrasa trabalhos no porto de Santos
Auditores fiscais encerram paralisação, mas continuam em operação-padrão
Estimativa é a de que normalização das atividades leve até 25 dias; categoria aguarda medida provisória sobre reajustes
MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Após paralisação de 96 horas,
os auditores fiscais da Receita
Federal em Santos, no litoral de
São Paulo (85 km a sudeste da
capital), voltaram a trabalhar
ontem em ritmo de operação
padrão, aguardando edição de
medida provisória que garanta
reajuste à categoria.
Segundo a secretária de administração da Unafisco (Sindicato Nacional dos Auditores
Fiscais da Receita Federal) em
Santos, Maria Antonieta Figueiredo Rodrigues, o prazo
para colocar o trabalho em dia
deve ficar entre 20 e 25 dias.
"Quase o mês de julho todo."
Nas próximas segunda e terça-feira, o sindicato fará plenárias nacionais, em Brasília, para
discutir a decisão do governo e
a edição da MP. Em Santos, deverá haver uma assembléia, entre quarta e quinta-feira, para
decidir o futuro do movimento.
"Em relação à proposta do
governo, nós não temos ainda
nenhum posicionamento porque não temos o conhecimento
do teor dela", disse Rodrigues.
Durante a paralisação da última semana, muitas empresas
conseguiram na Justiça mandados de segurança para liberação das cargas. De acordo com o
sindicato, a greve teve adesão
de 70% a 80% dos 200 auditores fiscais da cidade. O restante
continuou trabalhando para
atender as decisões judiciais.
Diariamente, passam pelo
porto de Santos cerca de 3.000
contêineres. Destes, cerca de
2.400 são liberados automaticamente. O restante precisa
passar pela fiscalização. Não há
um balanço de quantos contêineres deixaram de ser fiscalizados durante a greve.
Esta foi a quinta paralisação
dos auditores fiscais em Santos
desde o início do movimento
nacional, em 2 de maio. As duas
primeiras foram de 24 horas, a
terceira, de 48 horas, a quarta,
de 72 horas.
O presidente do Sindicato
dos Despachantes Aduaneiros,
Cláudio de Barros Nogueira,
afirmou que até a semana passada a greve ainda estava "suave". Segundo ele, o Siscomex
(Sistema Integrado de Comércio Exterior) tem ajudado os
despachantes. "Os importadores sofrem tanto porque o sistema desembaraça."
Já o presidente do Sindamar
(Sindicato das Agências de Navegação Marítima), José
Eduardo Lopes, disse que ainda
não há um balanço dos prejuízos da greve dos auditores, mas
está havendo problema de carga retida nos terminais. Com os
contêineres retidos, há problema de espaço e da liberação
desses contêineres para pegar
carga de exportação e carregar
os navios. Lopes diz que Santos
ainda sente os reflexos da greve
dos fiscais da Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária). "Os efeitos daquela greve
se juntaram aos desta."
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