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TRIBUTAÇÃO
Alíquota de 1,7% incidiria sobre débitos e créditos feitos no sistema bancário; salários teriam ganhos expressivos
Saiba como seria cobrado o novo imposto
DA REPORTAGEM LOCAL
Alíquota de 1,7% sobre cada débito e cada crédito feitos no sistema bancário. Essa é, em síntese, a proposta do IUF (Imposto Único
Federal) apresentada pelo deputado federal Marcos Cintra.
O novo imposto é semelhante à
atual CPMF (imposto do cheque),
com uma diferença: a CPMF é cobrada no saque. Assim, se a empresa deposita R$ 1.000 para o
funcionário, ele sacará R$ 996,20
(os R$ 3,80 correspondem à alíquota de 0,38% que é cobrada
atualmente).
Pela proposta do IUF, já no depósito dos R$ 1.000 serão descontados R$ 17 (correspondentes ao
1,7%). Assim, o crédito para o
funcionário será de R$ 983. No saque desse valor, haverá nova tributação de 1,7%, no valor de R$
16,71. O funcionário poderá sacar,
então, R$ 966,29. Isso dá uma alíquota final de 3,37%.
O IUF acaba com diversos tributos federais (IR das empresas e
das pessoas físicas, a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido,
o IPI, o PIS, a Cofins, a CPMF, as
contribuições da empresa e do
empregado para a Previdência
Social, o IOF, o ITR e todas as retenções na fonte).
Segundo Cintra, o novo imposto iria garantir a mesma arrecadação dos tributos eliminados
-cerca de R$ 183 bilhões por
ano-, mas com uma carga tributária menor. Para isso, ele se baseia em estudo que mostra que essa carga sobre 42 setores produtivos e de serviços seria cerca de
metade da atual (ver quadro).
Qual seria a "mágica" para um
único imposto arrecadar tanto?
Simples. Com a alíquota de
0,38%, a CPMF arrecada cerca de
R$ 20,8 bilhões por ano. Com a
alíquota de 3,37% do IUF (cerca
de nove vezes a da CPMF) seria
possível obter arrecadação até um
pouco superior ao previsto -cerca de R$ 187 bilhões por ano.
Os trabalhadores teriam ganhos
salariais expressivos com o novo
imposto (ver quadro acima). Cálculos feitos pela Folha mostram
que para um salário mensal atual
de R$ 1.000 haveria ganho de
8,98%. Para salários de R$ 2.000,
de 11,20%. Quem ganha R$ 5.000
veria sua renda crescer 21,8%.
Esses exemplos mostram que
quanto maior for o salário do trabalhador maior será seu ganho.
Isso ocorre porque deixaria de ser
cobrado o IR na fonte, que, por
ser progressivo, tributa mais
quem ganha mais.
O IUF ainda não existe, mas já
tem até uma cartilha mostrando
como seria seu funcionamento,
suas vantagens e os impactos sobre a economia brasileira.
(MC)
A "Cartilha do IUF" e outras informações
sobre o tributo estão no site
www.impostounicofederal.org.br
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