São Paulo, quarta-feira, 01 de agosto de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Com corte em despesas, GM tem lucro no 2º trimestre

Montadora ganha US$ 891 mi no trimestre; em 2006, prejuízo foi de US$ 3,4 bi

Resultado melhor decorre principalmente dos cortes feitos por Rick Wagoner nos gastos com produção e com assistência médica

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de a Ford informar o seu primeiro resultado positivo em dois anos para o segundo trimestre deste ano, a GM, que também vinha em dificuldades, divulgou ontem um lucro para o período que superou o dobro da estimativa de analistas. A GM Laam, divisão da montadora que inclui o Brasil, teve o melhor resultado em dez anos.
O bom resultado apareceu após a empresa ter reduzido seu prejuízo na América do Norte (de R$ 3,9 bilhões no segundo trimestre de 2006 para R$ 39 milhões no mesmo período deste ano) e voltado ao lucro nas suas operações na Europa (R$ 217 milhões no segundo trimestre, ante prejuízo de R$ 39 milhões no mesmo período de 2006).
O lucro global da GM foi de US$ 891 milhões no segundo trimestre, ou seja, US$ 1,56 por ação, mais do que o dobro do esperado pelo mercado -suas ações subiram mais de 8% no início das negociações de ontem. No mesmo período de 2006, a montadora havia tido prejuízo de US$ 3,4 bilhões.
A melhoria nos resultados, iniciada no primeiro trimestre deste ano, quando a montadora apresentou lucro após um longo tempo sem resultados positivos, foi decorrente principalmente dos cortes promovidos por Rick Wagoner, presidente da GM, nos gastos com produção e com assistência médica.
O faturamento da montadora caiu para US$ 46,8 bilhões no segundo trimestre, contra US$ 53,9 bilhões um ano antes, devido à venda de 51% da GMAC Financial, o braço financeiro da empresa.
O lucro líquido da GM Laam, que reúne países de América Latina, África e Oriente Médio e que já vinha apresentando resultados melhores, totalizou US$ 213 milhões no segundo trimestre, o melhor resultado desde que essa divisão foi criada há dez anos. É um crescimento de 53% na comparação com o mesmo período de 2006.
No Brasil, que representou 40% das vendas em unidades no primeiro semestre, o mesmo que no ano passado, a alta no volume de vendas foi de 18% no primeiro semestre e de 23% considerando-se apenas o segundo trimestre (sempre em comparação com o mesmo período do ano passado).
Segundo o presidente da GM Laam, Ray Young, o aumento das vendas da unidade brasileira pode ser atribuído principalmente à explosão dos financiamentos de carros no país. Cerca de 70% das vendas da GM foram feitas por meio de financiamentos, com a maioria de prazos entre 36 e 48 meses.
Ele atribuiu a alta também ao aumento das vendas dos carros não-populares. "As vendas de carros populares cresceram 11% no primeiro semestre, e as de não-populares, cuja rentabilidade é maior, subiram 27%."
O destaque da divisão Laam foi a Venezuela, cuja economia vem em forte crescimento e que vendeu acima de 90% a mais no segundo trimestre.
A expectativa da montadora é a de um segundo semestre ainda melhor, com alta de produção. "Em julho, distribuímos 40 mil carros para as concessionárias; em agosto, distribuiremos 50 mil", afirmou Young.


Com a Bloomberg


Texto Anterior: Energia: BNDES financia R$ 1 bilhão para duas usinas da Eletrosul
Próximo Texto: Um terço das indústrias investe em inovação
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.