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Governo perde prazo e empresa adquire o direito de não pagar
em Brasília
Um "cochilo" do governo acabou fazendo com que a União
perdesse R$ 12 milhões por mês,
cerca de R$ 150 milhões por ano,
desde 1995. Essa é a quantia aproximada que a Esso Brasileira deixa de pagar, por ano, em Cofins,
segundo os cálculos do Sindicom.
O governo perdeu o prazo para
recorrer de uma liminar conseguida pela Esso em 95, que não
questionava o PIS. Como não
houve recurso, a decisão se transformou em sentença definitiva.
É possível reverter a decisão por
meio de ação rescisória. Essa medida já foi tomada, mas, segundo
o procurador-geral adjunto da
Fazenda Nacional, Ditimar Sousa
Brito, só a decisão do STF vai determinar se os recursos não-arrecadados serão devolvidos.
O procurador não soube informar por que o governo perdeu o
prazo. A procuradoria estaria investigando o assunto.
Entre as distribuidoras que têm
liminar, a Esso Brasileira é a que
deixa de pagar a maior quantia:
R$ 12 milhões por mês, o dobro
da perda causada pela segunda
empresa com maior faturamento,
a Petrosul, de São Paulo. Essa tem
uma liminar que suspende o pagamento do PIS e o da Cofins.
A suspensão faz com que a empresa "economize" R$ 0,03 por litro de gasolina comum e R$ 0,015
por litro de óleo diesel.
Essa redução representa aumento de 60% na margem de lucro da distribuidora para cada litro vendido, que tanto pode se
transformar em desconto no preço oferecido às revendas como ser
incorporado como lucro.
Anteontem, a Folha procurou a
Esso para comentar o assunto,
mas, segundo a assessoria de imprensa da distribuidora, não havia nenhum diretor disponível
para atender a reportagem.
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