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MERCADO FINANCEIRO
Derrota do governo faz Bovespa sofrer maior queda desde junho; dólar fecha a R$ 1,937
STF derruba Bolsa e faz dólar subir
MAURO TEIXEIRA
da Reportagem Local
A derrota do governo no STF
(Supremo Tribunal Federal), que
julgou inconstitucional a cobrança previdenciária de servidores,
inativos e pensionistas, derrubou
ontem os mercados no Brasil.
A Bolsa de São Paulo sofreu a
maior queda desde 24 de junho. O
mercado paulista, que operou a
maior parte do dia em alta, sofreu
forte recuo após as notícias vindas
de Brasília e fechou com uma perda de 2,86%. Antes da decisão do
STF, o pregão paulista registrava
uma alta de 1,17%.
O impacto também foi grande
na cotação do dólar, que alcançou
seu nível mais alto desde 27 de
agosto, quando fechou a R$ 1,941.
A moeda norte-americana teve
uma valorização de 0,73% e fechou a R$ 1,937.
O valor final do câmbio refletiu
uma leve queda registrada no fechamento dos negócios. O pico
do dia foi de R$ 1,947.
A decisão da Justiça teve ainda
maior impacto porque ontem o
mercado vivia um dia de tranquilidade, principalmente por causa
das boas notícias vindas dos EUA.
A Bolsa de Nova York viveu um
dia positivo, fechando com uma
forte alta de 1,21%, resultado do
otimismo gerado pela revisão para baixo do PIB (Produto Interno
Bruto) norte-americano do segundo trimestre.
O índice revisado foi interpretado pelos mercados como um indicador de que o Fed (banco central dos EUA) não deve aumentar
a taxa de juros em sua próxima
reunião, no dia 5.
"A decisão do STF foi uma ducha de água fria no mercado, que
apresentou resultado surpreendentemente bom em setembro",
afirmou Hitosi Hassegawa, diretor de câmbio do Banco CCF.
Nas últimas duas semanas, a
Bovespa ""descolou" de Wall
Street na maior parte dos dias e vinha apresentando ganhos, enquanto a Bolsa nova-iorquina sofria pesadas perdas.
A Bolsa de São Paulo fechou o
mês de setembro com alta de
5,13% -antes da decisão do STF,
o ganho era de 9,95%.
Apesar da oscilação de ontem,
os analistas ficaram divididos sobre a chance de a alta do dólar se
sustentar nos próximos dias.
"Houve um pânico exagerado
no final do dia, e a cotação deve
voltar a um nível mais realista na
próxima semana", disse Luiz Antônio Vaz das Neves, diretor da
corretora Planner.
Por outro lado, a diretora de
câmbio da corretora Renova, Miriam Tavares, afirma que o comportamento dos mercados vai depender da resposta que o governo
dará ao estrago causado pela decisão da Justiça, que deve afetar o
fechamento das contas públicas.
"É preciso ficar claro de onde virão os recursos para cobrir a perda com a previdência dos inativos", disse Miriam.
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