São Paulo, sexta-feira, 01 de outubro de 2004

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COMÉRCIO

"É difícil manter ritmo de expansão", diz Fecomercio SP; venda cai 2,6%

Varejo de SP registra queda no faturamento em agosto

IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE

As vendas do varejo na região metropolitana de São Paulo tiveram queda em agosto, apesar do Dias dos Pais, uma das principais datas do comércio no ano.
A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista, realizada pela Fecomercio SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), mostrou que o faturamento do setor caiu 2,55% no mês passado em relação a julho, quando as vendas haviam registrado uma expansão de 2,15%.
O economista da Fecomercio SP Fábio Pina avalia o movimento como fora do padrão sazonal, pois as vendas de agosto costumam ser melhores do que em julho, principalmente por causa do Dia dos Pais -comemorado no segundo domingo do mês.
"Isso [a queda no faturamento] ocorreu porque as vendas já tinham crescido bastante em meses anteriores e agora é difícil manter o ritmo de crescimento", disse.
A análise vale também para o desempenho das vendas em relação a agosto do ano passado. Nessa comparação, houve crescimento de 4,92%. Foi o menor índice em relação ao mesmo mês de 2003 desde março (2,77%). Em julho, por exemplo, as vendas cresceram 13,62%.
Para a Fecomercio SP, as taxas de expansão das vendas do varejo devem começar a perder fôlego porque a base de comparação começa a ficar mais forte, já que a economia brasileira retomou o crescimento a partir do terceiro trimestre do ano passado.
Na projeção da entidade, o faturamento do setor deve crescer de 5% a 6% em 2004. Até agosto, o comércio registra alta de 7,06%.
Ela considera também que as sinalizações de mudança na política monetária, com previsão de novas altas na taxa básica de juro, devem frear a oferta de crédito e afetar o ânimo do consumidor.
Os piores desempenhos em agosto, na comparação com igual mês de 2003, ficaram com os segmentos varejistas de autopeças e supermercados, que apresentaram, respectivamente, retrações de 6,69% e 2,65% nas vendas.
Já os destaques de alta foram concessionárias de veículos e lojas de eletrodomésticos, com expansões de 26,69% e 23,03%.

Inadimplência diminui
Outro relatório divulgado ontem, pela Serasa, especializada em análise de crédito, mostrou que a inadimplência de pessoas físicas diminuiu 4,3% em agosto na comparação com julho. O resultado foi melhor que o do mês anterior, quando a inadimplência crescera 1,5% sobre junho.
De acordo com técnicos da Serasa, a redução da inadimplência foi reflexo da melhora do nível de atividade econômica, verificada a partir de abril deste ano, que tem contribuído para a abertura de novas vagas de trabalho e para a melhoria na negociação salarial.
Os consumidores também estão mais cautelosos e preferem regularizar as pendências financeiras antes de assumir novas dívidas.
Em relação a agosto de 2003, porém, a inadimplência subiu 3,3%. No acumulado até agosto, há uma alta de 0,9% em relação a igual período do ano passado.


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