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MERCADO FINANCEIRO
A partir de hoje começa a funcionar a conta-investimento; concorrência entre instituições deve crescer
Transferência de aplicação não tem CPMF
DA REPORTAGEM LOCAL
Os investidores poderão realizar transferências entre suas aplicações financeiras sem pagar a
CPMF (Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira)
a partir de hoje, quando passa a
funcionar a conta-investimento.
A abertura das novas contas-investimento -sem as quais não
será possível aproveitar o benefício da isenção da CPMF- tem sido feita automaticamente e sem
custo pela grande maioria dos
bancos para quem já tem aplicações (como fundos e CDBs) nas
respectivas instituições.
Se a pessoa tiver interesse em
abrir uma conta-investimento em
um banco no qual não seja aplicadora, os documentos necessários
para isso são, normalmente, os
mesmos requeridos para abrir
uma conta corrente.
A greve dos bancários não afetou o processo de abertura ou o
início de funcionamento das contas-investimento, segundo os
bancos consultados pela Folha.
A conta-investimento foi criada
pelo governo para permitir que os
investidores realizem transferências de dinheiro de uma aplicação
financeira para outra sem pagar a
alíquota de 0,38% da CPMF.
Será possível também se beneficiar da medida ao transferir recursos de um banco a outro. Para
isso, é necessário que a pessoa tenha uma conta-investimento em
cada instituição.
Os recursos investidos antes da
entrada em vigor da referida conta terão de pagar um "pedágio" (o
0,38% da CPMF) para aproveitarem o benefício.
O dinheiro que estava aplicado
até ontem tem de ser transferido
para a conta-investimento, pagando CPMF, e daí pode ser
transferido para outras aplicações
sem pagar o tributo.
Ao criar a conta-investimento, o
governo procurou ampliar a concorrência entre as instituições financeiras, que terão de trabalhar
para não perder clientes, que passam a poder migrar de aplicações
sem o ônus da CPMF.
Para Elaine Restier, da diretoria
da Apimec (Associação de Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais) e executiva da Dinheironet, são os
grandes investidores que devem
impulsionar a concorrência entre
os fundos.
"Diante dessa nova possibilidade de migração de clientes, os
bancos terão de se mexer para segurar seus principais investidores, sofisticando os serviços e produtos oferecidos a esse público."
O investidor paciente poderá
utilizar o novo benefício ao movimentar seus recursos que estavam investidos antes da entrada
em vigor da medida. Para isso, terá de manter o dinheiro em sua
atual aplicação até 1º de outubro
de 2006. Depois desse prazo
-dois anos após o início da conta-investimento-, os recursos
investidos até ontem também
usufruirão da isenção do tributo.
Outras mudanças
Analistas avaliam que a nova tabela regressiva de cobrança do
Imposto de Renda sobre as aplicações financeiras ajudará a evitar
que haja grandes migrações entre
aplicações e bancos no curto prazo. A partir de 2005, o IR sobre as
aplicações será regressivo, de
acordo com o prazo que a pessoa
mantiver seu dinheiro aplicado.
Para os fundos de investimentos, a nova alíquota ficará da seguinte forma: de 22,5% para investimentos resgatados em até
seis meses; 20% de seis meses a
um ano; 17,5% de um a dois anos;
e 15% acima de dois anos.
No caso das aplicações em renda variável (como as ações) o Imposto de Renda será reduzido dos
atuais 20% para 15%.
(FABRICIO VIEIRA)
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