São Paulo, segunda-feira, 01 de outubro de 2007

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Para Sesi e Senai, não há irregularidades

Políticos com cargos nas entidades não comentaram relatório da CGU; para diretor do Sesi, não houve danos ao erário

CNA afirma que falhas apontadas pelos auditores da CGU costumam ser esclarecidas antes que o TCU julgue os relatórios

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Folha tentou ouvir representantes de peso político do Sistema S sobre o relatório da CGU, mas a cúpula das entidades evitou dar entrevistas sobre o assunto. O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), deputado Armando Monteiro (PTB-PE), que também é presidente do conselho nacional do Senai, alegou problemas de agenda e delegou a tarefa a terceiros.
O sindicalista Jair Meneguelli, escolhido pelo presidente Lula para ocupar a presidência do conselho nacional do Sesi, foi procurado pela reportagem duas vezes e não se manifestou sobre o assunto. O diretor-superintendente do Sesi, Antonio Maciel, afirmou por e-mail que, na análise da prestação de contas de 2006, não foi detectada nenhuma irregularidade em qualquer unidade do Sesi ou do Senai que pudesse "importar dano ao erário".
Ressalvas, acrescenta ele, "podem advir de diferenças interpretativas de uma dada situação. Raramente contas são aprovadas sem que haja, pelo menos, recomendações ou ressalvas de ordem formal", disse Maciel. Ele contestou que tenha havido malversação de recursos públicos no Senai de Sergipe, conforme aponta o relatório da CGU.
"O atual modelo de prestação de contas é altamente transparente e participativo, o que não quer dizer que o modelo atual não esteja sujeito a aprimoramentos", afirmou.

Senar
Na CNA (Confederação Nacional da Agricultura), a escalada para responder à Folha foi a representante do departamento jurídico, Letícia Tamer, que afirmou que as falhas apontadas pelos auditores da CGU costumam ser esclarecidas antes do julgamento administrativo dos relatórios pelo TCU (Tribunal de Contas da União).
Tamer afirmou que não dispunha de dados específicos sobre as suspeitas de malversação de recursos identificadas nas unidades de São Paulo e de Sergipe do Senar. Mas ressaltou que indícios localizados pela CGU não constituem culpa, uma vez que o julgamento cabe ao TCU e, "na maioria das vezes", o que são irregulares nas auditorias terminam virando ressalvas do tribunal na aprovação das contas.
O Senar de SP foi procurado, mas não respondeu à reportagem. O Senai de Sergipe e o Sesc/Senac do Espírito também não responderam. No Sesi de Rondônia, ninguém foi localizado. Com relação às contas do Sesi de Santa Catarina, a assessoria da entidade informou, por e-mail, que o parecer da CGU é pela regularidade. A única ressalva encaminhada ao TCU refere-se à recomendação de implantação de um cadastro de pesquisa de preços para embasar as compras. A entidade concordou com a recomendação e toma as providências.
A assessoria de imprensa do Sest e do Senat afirmou que as entidades foram citadas no relatório como pendentes de ressalvas, o que de forma nenhuma conota irregularidade.
O auditor-chefe do conselho fiscal do Senac, Claudecir Silva, afirmou que as unidades do Senac são as que têm os maiores índice de aprovação por parte dos órgãos de controle. Com relação ao Sesc/Senac do Espírito Santo, afirmou que a controladoria busca comparar a gestão das entidades com o setor público.
Afirmou ainda que as avaliações dos auditores representam apenas "um ponto de vista", não impedindo que as contas sejam aprovadas pelo TCU.
(JULIANNA SOFIA)

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