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Para Sesi e Senai, não há irregularidades
Políticos com cargos nas entidades não comentaram relatório da CGU; para diretor do Sesi, não houve danos ao erário
CNA afirma que falhas
apontadas pelos auditores
da CGU costumam ser
esclarecidas antes que
o TCU julgue os relatórios
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Folha tentou ouvir representantes de peso político do
Sistema S sobre o relatório da
CGU, mas a cúpula das entidades evitou dar entrevistas sobre o assunto. O presidente da
CNI (Confederação Nacional
da Indústria), deputado Armando Monteiro (PTB-PE),
que também é presidente do
conselho nacional do Senai,
alegou problemas de agenda e
delegou a tarefa a terceiros.
O sindicalista Jair Meneguelli, escolhido pelo presidente
Lula para ocupar a presidência
do conselho nacional do Sesi,
foi procurado pela reportagem
duas vezes e não se manifestou
sobre o assunto. O diretor-superintendente do Sesi, Antonio
Maciel, afirmou por e-mail
que, na análise da prestação de
contas de 2006, não foi detectada nenhuma irregularidade
em qualquer unidade do Sesi
ou do Senai que pudesse "importar dano ao erário".
Ressalvas, acrescenta ele,
"podem advir de diferenças interpretativas de uma dada situação. Raramente contas são
aprovadas sem que haja, pelo
menos, recomendações ou ressalvas de ordem formal", disse
Maciel. Ele contestou que tenha havido malversação de recursos públicos no Senai de
Sergipe, conforme aponta o relatório da CGU.
"O atual modelo de prestação de contas é altamente
transparente e participativo, o
que não quer dizer que o modelo atual não esteja sujeito a
aprimoramentos", afirmou.
Senar
Na CNA (Confederação Nacional da Agricultura), a escalada para responder à Folha foi a
representante do departamento jurídico, Letícia Tamer, que
afirmou que as falhas apontadas pelos auditores da CGU
costumam ser esclarecidas antes do julgamento administrativo dos relatórios pelo TCU
(Tribunal de Contas da União).
Tamer afirmou que não dispunha de dados específicos sobre as suspeitas de malversação de recursos identificadas
nas unidades de São Paulo e de
Sergipe do Senar. Mas ressaltou que indícios localizados pela CGU não constituem culpa,
uma vez que o julgamento cabe
ao TCU e, "na maioria das vezes", o que são irregulares nas
auditorias terminam virando
ressalvas do tribunal na aprovação das contas.
O Senar de SP foi procurado,
mas não respondeu à reportagem. O Senai de Sergipe e o
Sesc/Senac do Espírito também não responderam. No Sesi
de Rondônia, ninguém foi localizado. Com relação às contas
do Sesi de Santa Catarina, a assessoria da entidade informou,
por e-mail, que o parecer da
CGU é pela regularidade. A
única ressalva encaminhada ao
TCU refere-se à recomendação
de implantação de um cadastro
de pesquisa de preços para embasar as compras. A entidade
concordou com a recomendação e toma as providências.
A assessoria de imprensa do
Sest e do Senat afirmou que as
entidades foram citadas no relatório como pendentes de ressalvas, o que de forma nenhuma conota irregularidade.
O auditor-chefe do conselho
fiscal do Senac, Claudecir Silva,
afirmou que as unidades do Senac são as que têm os maiores
índice de aprovação por parte
dos órgãos de controle. Com
relação ao Sesc/Senac do Espírito Santo, afirmou que a controladoria busca comparar a
gestão das entidades com o setor público.
Afirmou ainda que as avaliações dos auditores representam apenas "um ponto de vista", não impedindo que as contas sejam aprovadas pelo TCU.
(JULIANNA SOFIA)
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