São Paulo, quinta-feira, 01 de outubro de 2009

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Lula revê o projeto de taxar as poupanças

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A possível elevação dos juros básicos até o início de 2010 e a resistência de sua base de apoio congressual levaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a reavaliar a proposta de cobrar IR (Imposto de Renda) a partir do ano que vem das cadernetas de poupança com saldo superior a R$ 50 mil.
Por ora, Lula estuda se modifica ou abandona de vez a proposta de projeto de lei elaborada pela Fazenda. Em reunião com auxiliares anteontem, o presidente disse que voltaria a reexaminar o tema até o dia 20 a fim de tomar uma decisão definitiva.
Tem crescido no entorno de Lula a avaliação de que talvez seja melhor do ponto de vista político-eleitoral não alterar as regras da poupança e deixar o assunto para o próximo governo.
Essa avaliação ganhou corpo depois de o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, dizer a Lula que o BC poderia voltar a elevar os juros básicos. Isso compraria tempo, diz um auxiliar do presidente. O argumento principal para cobrar IR de poupadores acima de R$ 50 mil é evitar que o ganho da caderneta se torne mais vantajoso dos que os fundos de renda fixa que são remunerados com base na Selic.
Trocando em miúdos: mantida a remuneração da poupança, que é fixa, haveria um piso para a queda dos juros. Se o BC tiver de elevar a taxa, adia-se o problema, pois ainda haveria um diferencial que favorece o aplicador em renda fixa, evitando migração para a poupança.
Em reuniões anteontem, Lula foi avisado de que é forte a resistência de sua base de apoio no Congresso à ideia de taxar a poupança. Aliados do presidente, como o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), sugeriram o aumento do piso para cobrança de IR, de R$ 50 mil para R$ 100 mil. Um ministro de Lula fala em manter os R$ 50 mil, mas cobrar apenas de novas poupanças. Ou seja, as que forem abertas a partir de 2010, quando valeria o imposto, e que fossem superiores aos R$ 50 mil. (KA)


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