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Lula revê o projeto de taxar as poupanças
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A possível elevação dos juros básicos até o início de
2010 e a resistência de sua
base de apoio congressual levaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a reavaliar a
proposta de cobrar IR (Imposto de Renda) a partir do
ano que vem das cadernetas
de poupança com saldo superior a R$ 50 mil.
Por ora, Lula estuda se modifica ou abandona de vez a
proposta de projeto de lei
elaborada pela Fazenda. Em
reunião com auxiliares anteontem, o presidente disse
que voltaria a reexaminar o
tema até o dia 20 a fim de tomar uma decisão definitiva.
Tem crescido no entorno
de Lula a avaliação de que
talvez seja melhor do ponto
de vista político-eleitoral
não alterar as regras da poupança e deixar o assunto para
o próximo governo.
Essa avaliação ganhou corpo depois de o presidente do
Banco Central, Henrique
Meirelles, dizer a Lula que o
BC poderia voltar a elevar os
juros básicos. Isso compraria
tempo, diz um auxiliar do
presidente. O argumento
principal para cobrar IR de
poupadores acima de R$ 50
mil é evitar que o ganho da
caderneta se torne mais vantajoso dos que os fundos de
renda fixa que são remunerados com base na Selic.
Trocando em miúdos:
mantida a remuneração da
poupança, que é fixa, haveria
um piso para a queda dos juros. Se o BC tiver de elevar a
taxa, adia-se o problema,
pois ainda haveria um diferencial que favorece o aplicador em renda fixa, evitando
migração para a poupança.
Em reuniões anteontem,
Lula foi avisado de que é forte a resistência de sua base de
apoio no Congresso à ideia
de taxar a poupança. Aliados
do presidente, como o senador Francisco Dornelles
(PP-RJ), sugeriram o aumento do piso para cobrança
de IR, de R$ 50 mil para R$
100 mil. Um ministro de Lula
fala em manter os R$ 50 mil,
mas cobrar apenas de novas
poupanças. Ou seja, as que
forem abertas a partir de
2010, quando valeria o imposto, e que fossem superiores aos R$ 50 mil.
(KA)
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