São Paulo, sábado, 01 de novembro de 2008

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Medida deve afetar balança comercial

DA SUCURSAL DO RIO

O corte de produção da Vale deve afetar a balança comercial brasileira, já que a empresa gerou, nos nove primeiros meses do ano, 62% de todo o saldo comercial acumulado no período pelo Brasil.
As exportações líquidas da Vale no período foram de US$ 12,2 bilhões. Já a balança comercial do Brasil somou US$ 19,7 bilhões de janeiro a setembro.
A mineradora é a maior exportadora líquida do país, pois vende muito ao exterior e importa pouco, diferentemente de outras grandes exportadoras, como Petrobras e Embraer.
O presidente da Vale, Roger Agnelli, disse que o país não está imune à crise, que afetou o crédito e a liquidez. Afirmou, porém, que os impactos no Brasil serão limitados em razão da boa fase que a economia brasileira atravessa.
Agnelli se disse otimista e avaliou que a crise será muito profunda, mas não duradoura. "Acho que essa crise vai ser de intensidade muito forte no curto prazo, e a recuperação poderá vir, com primeiros sinais, no segundo trimestre do ano que vem."
Ele espera crescimento menor em 2009: "A recuperação será lenta porque foi destruído muito dinheiro, muito valor nas economias. Até a máquina começar a se mover, demora certo tempo. Mas acho que esse período mais agudo levará mais três a quatro meses".
O analista Pedro Galdi, da corretora SLW, diz que a Vale reduzirá vendas e exportação. Mas, assim como Agnelli, vê reação já no segundo trimestre de 2009. "Com a volta do crédito, a economia começará a fluir, e os setores terão recuperação gradual." Para Rodrigo Ferraz, do Brascan, não está claro ainda por quanto tempo as operações serão reduzidas, o que torna difícil mensurar as "reais implicações" das medidas. (PS)


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