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Medida deve afetar balança comercial
DA SUCURSAL DO RIO
O corte de produção da
Vale deve afetar a balança
comercial brasileira, já
que a empresa gerou, nos
nove primeiros meses do
ano, 62% de todo o saldo
comercial acumulado no
período pelo Brasil.
As exportações líquidas
da Vale no período foram
de US$ 12,2 bilhões. Já a
balança comercial do Brasil somou US$ 19,7 bilhões
de janeiro a setembro.
A mineradora é a maior
exportadora líquida do
país, pois vende muito ao
exterior e importa pouco,
diferentemente de outras
grandes exportadoras, como Petrobras e Embraer.
O presidente da Vale,
Roger Agnelli, disse que o
país não está imune à crise, que afetou o crédito e a
liquidez. Afirmou, porém,
que os impactos no Brasil
serão limitados em razão
da boa fase que a economia brasileira atravessa.
Agnelli se disse otimista
e avaliou que a crise será
muito profunda, mas não
duradoura. "Acho que essa
crise vai ser de intensidade
muito forte no curto prazo, e a recuperação poderá
vir, com primeiros sinais,
no segundo trimestre do
ano que vem."
Ele espera crescimento
menor em 2009: "A recuperação será lenta porque
foi destruído muito dinheiro, muito valor nas
economias. Até a máquina
começar a se mover, demora certo tempo. Mas
acho que esse período
mais agudo levará mais
três a quatro meses".
O analista Pedro Galdi,
da corretora SLW, diz que
a Vale reduzirá vendas e
exportação. Mas, assim
como Agnelli, vê reação já
no segundo trimestre de
2009. "Com a volta do crédito, a economia começará
a fluir, e os setores terão
recuperação gradual." Para Rodrigo Ferraz, do
Brascan, não está claro
ainda por quanto tempo as
operações serão reduzidas, o que torna difícil
mensurar as "reais implicações" das medidas.
(PS)
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