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Economia reage no final do ano, mas empresário mantém cautela
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
A economia brasileira se recuperou neste quarto trimestre. Em outubro, subiram a
produção de embalagens, de
veículos e de aço bruto, o fluxo
de veículos nas estradas, o consumo de energia elétrica, o ritmo da construção civil e a arrecadação de IPI (Imposto sobre
produtos Industrializados) em
relação a igual mês de 2005. E a
expectativa é que a reação tenha se mantido em novembro.
Além de o quarto trimestre
ser, tradicionalmente, o mais
forte do ano devido às festas de
final de ano, ao pagamento do
13º salário e ao fato de concentrar reajustes de importantes
categorias profissionais -como bancários, metalúrgicos e
petroleiros-, juros em queda,
maior oferta de crédito e aumento do rendimento médio
do trabalhador dão mais gás à
economia neste período.
"Este trimestre será melhor
do que o terceiro, mas isso não
quer dizer que o país já cresce
de forma sustentada. É preciso
ter cautela, pois a indústria, por
exemplo, é muito dependente
do setor automobilístico", diz
Sérgio Vale, economista da MB
Associados. Em outubro, a produção de veículos cresceu
14,2% sobre igual mês de 2005,
após cair 5,1% em setembro.
A indústria de embalagens de
papelão, considerada termômetro da economia, reagiu a
partir de outubro porque houve
atraso nas compras de embalagens pelas indústrias.
"Com as eleições, os empresários postergaram as compras.
Vamos vender caixas de papelão até a metade de dezembro,
diferentemente do que acontece normalmente", diz Paulo Peres, presidente da ABPO, associação dos fabricantes de papelão ondulado. De junho a setembro, o setor vendeu menos
que em igual período de 2005.
Em outubro, as vendas subiram
6,6% sobre igual mês de 2005.
Essa recuperação deve levar
o setor a vender em 2006 entre
1,5% e 2% mais que no ano passado, menos, porém, do que o
previsto no início deste ano
-entre 3% e 5% mais. "O desempenho do setor está parecido com o de 2002, o que não é
algo ainda para comemorar."
André Rebelo, gerente do
Departamento de Pesquisas e
Estudos Econômicos da Fiesp
(Federação das Indústrias de
SP), diz que este trimestre será
melhor do que o terceiro, "mas
ainda não inspira estabilidade."
Em outubro, o nível de atividade da indústria paulista cresceu
0,2% sobre setembro, desconsiderando os efeitos sazonais.
Bem e mal
Alguns setores vão bem; outros, mal, diz ele. "Até setembro, as indústrias extrativa mineral, de refino de petróleo e álcool, de informática e de equipamentos elétricos contribuíram com 55% do crescimento
da indústria. O desempenho
ainda é definido por poucos setores, o que não é bom sinal."
A indústria eletroeletrônica
tem boas perspectivas para este
trimestre -vendas 10% maiores do que as de igual período
do ano passado. "É um bom
crescimento, mas está abaixo
do potencial do mercado. Em
1996, vendemos 8,5 milhões de
televisores. Neste ano, a expectativa é de 10 milhões de aparelhos. É um aumento pequeno
para dez anos", diz Paulo Saab,
presidente da Eletros, associação dos fabricantes do setor.
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