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Ministro pede "boa vontade" com início das transmissões
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As transmissões de TV digital
começam amanhã em São Paulo, e o ministro das Comunicações, Hélio Costa, pede "boa
vontade" com o novo sistema,
ainda sem interatividade e inacessível à grande parte da população por conta do alto preço
dos aparelhos conversores.
"Tem que ter um pouquinho de
boa vontade com o processo. O
importante é começar", disse o
ministro. Só receberá os sinais
digitais quem tiver antena
UHF e adquirir um conversor.
Na avaliação de Costa, o preço do conversor deve começar a
diminuir a partir de março do
ano que vem, quando Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília
também começam a receber as
transmissões digitais. "Aí o
mercado potencial sai de aproximadamente 10 milhões de
consumidores para algo como
30 milhões e a indústria passa a
ter escala", disse Costa.
Além do aumento da escala
de produção, outros fatores podem influenciar no preço do
conversor e, conseqüentemente, no sucesso da implantação
da TV digital no Brasil. O governo deverá lançar um programa
de incentivos fiscais para a indústria, para tentar reduzir o
preço (que hoje está entre R$
499 e R$ 1.099) para valores
médios próximos a R$ 250.
A idéia do governo é replicar
para o conversor da TV digital
os incentivos dados à produção
de computadores pessoais populares (programa "Computador para Todos", do governo federal). Para produzir computadores populares (que custam
até R$ 1.800), a indústria tem
isenção de PIS/Cofins e as redes varejistas contam com crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para fazer financiamentos ao consumidor.
"Alguma coisa tem que ser
feita para reduzir o preço do
conversor. Há boa vontade do
governo", disse Costa. Segundo
o ministro, a decisão de lançar
um programa de incentivos fiscais para a indústria e financiamento para o varejo depende
de decisão do presidente.
O ministro rebateu as críticas
sobre a falta de interatividade.
"O conversor mais barato, de
R$ 499, já sai com o Ginga [software que permite interatividade]", disse. De acordo com Costa, caberá agora ao mercado
prover as ferramentas para tornar a interatividade possível.
"Não é função do governo. O
governo deu os caminhos", afirmou ele.
Transmissões
Amanhã, a maior parte dos
programas será exibida em SD
("standard definition", que significa definição padrão, melhor
que a atual, mas inferior à alta
definição (HD, "high definition" ou "full HD"). O formato
HD é melhor que o de DVD, e é
possível perceber bastante diferença em relação ao formato
analógico até em TVs de tubo.
O full HD só poderá ser assistido em TVs de alta resolução,
que custam mais de R$ 3.000.
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