São Paulo, terça, 1 de dezembro de 1998

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MERCADO FINANCEIRO

'Realização de lucro' faz Bolsa cair 5%

da Reportagem Local

Após sucessivos pregões de alta, a Bolsa de Valores de São Paulo registrou forte queda de 5,08% ontem, último pregão de novembro.
O movimento foi entendido por especialistas do mercado como mera realização de lucros, sem maiores implicações.
Ou seja, alguns investidores, satisfeitos com a forte alta dos últimos meses, aproveitaram o fechamento do mês para vender seus papéis e embolsar o lucro obtido.
Não foram vistos sinais de problemas fundamentais que teriam levado à venda. Alguns operadores garantiram que, se os investidores estrangeiros não compraram para segurar o mercado, também não foram os vendedores de ontem.
Além de uma realização por conta das recentes altas -de 30 de outubro até sexta-feira o Ibovespa subiu 39,8%-, a Bolsa paulista foi no embalo dos demais mercados acionários do mundo.
A queda começou na Ásia, passou pela Europa e terminou nos Estados Unidos, cuja Bolsa de Nova York registrou forte queda de 2,32%. Tudo realização de lucros, segundo os analistas.
A queda em Nova York foi a pior dos últimos dois meses. A baixa foi liderada pelas ações das empresas fabricantes de computadores, como IBM, e dos bancos, já que alguns analistas reduziram suas expectativas em relação ao resultado desses setores no último trimestre.
O C-bond, principal título da dívida renegociada do país, seguiu a tendência do mercado acionário e caiu. Sua cotação baixou para 66% do valor de face. Na sexta-feira, o papel fechou negociado a 67,5%.
O governo seguiu baixando os juros em 0,2 ponto percentual no overnight, conforme sinalizado na quinta-feira da semana passada (quando abandonou o padrão anterior de baixa diária de 0,5 ponto). Tomou recursos no mercado a 34,40% ao ano.
Os mercados futuros de câmbio e juros seguiram a tendência negativa do dia, ditada pela Bolsa.
Na BM&F, a taxa de um ano (dos contratos de swap) subiu de 27,2%, na sexta, para 27,9%.
Até as 19h, o fluxo cambial estava negativo em US$ 31 milhões.
O Banco Central promoveu a última alteração na minibanda cambial de novembro, desvalorizando piso e teto em 0,08%. O novo piso ficou em R$ 1,189, e o novo teto, em R$ 1,202. (VANESSA ADACHI)



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