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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Com crise, UBS renova gestão de fortunas
Qual investidor deixaria parte expressiva de seu patrimônio
ser gerida por um banco com
perdas sucessivas que somaram bilhões de dólares e com
incertezas sobre sua solidez expressas diariamente no noticiário? A resposta óbvia à pergunta foi um dos maiores desafios enfrentados pela equipe de
gestão de fortunas do UBS Pactual, no ano passado: segurar
um investidor que, além de estar sofrendo perdas no mercado, sentia a ameaça de viver
uma quebra.
"Nós sofremos muito com a
crise", afirma Eduardo Oliveira, diretor da área de gestão de
fortunas do UBS Pactual. "Procuramos tomar atitudes pró-ativas no sentido de tranquilizar clientes."
Na prática, isso significou dezenas de telefonemas, explicações, cafés e encontros com
clientes preocupados. Tudo para mostrar que os aportes feitos
no banco significavam liquidez,
em caso de necessidade.
Muitos, é claro, preferiram
não pagar para ver. A tal ponto
que a consultoria PricewaterhouseCoopers acredita que haverá uma importante dança de
cadeiras na gestão de fortunas e
private banking no mundo, em
2008. O UBS é o maior gestor
global da área, com ativos sob
gestão da ordem de US$ 1,9 trilhão, em setembro de 2008.
"Houve um processo importante de migração de clientes
nos meses de setembro e outubro, com mudanças consideráveis na carteira de clientes",
afirma João Santos, sócio da
área de gestão de investimentos da Price. "Alguns por motivos racionais, outros nem tanto, mas a preocupação dizia respeito à situação das matrizes."
Outro movimento importante percebido pela consultoria
foi a redução acentuada nos volumes investidos, por conta da
desvalorização dos ativos. Isso
tende a fazer com que os próximos rankings e estudos mostrem o setor de gestão de fortunas muito mais magro em todo
o mundo.
A consultoria WealthBriefing acredita que a área só voltará a se recompor em dois
anos, quando os bilhões de dólares em estímulo à economia
aplicados por vários governos
voltarem a gerar fortunas. No
Brasil, o fim da janela para
abertura de capital e a saída dos
estrangeiros diminuíram a possibilidade de criação de novos
milionários.
De todo modo, Oliveira diz
que vários clientes mais conservadores que saíram ou tiraram parte do patrimônio da
gestão do UBS começam a voltar. Como parte da estratégia
de atração dos investidores, o
banco criou uma área de fusões
e aquisições dentro do departamento de gestão de fortunas.
Também passou a oferecer
uma gama de serviços que vão
além da gestão financeira, como reestruturação financeira,
tributária e planejamento sucessório. Os serviços se estendem ao planejamento da empresa e do patrimônio familiar.
AVANTE
Arcadio Martinez, proprietário do restaurante espanhol
Eñe, planeja abrir mais uma casa no Brasil neste ano. O
local escolhido foi a zona sul do Rio, mas ele ainda não
confirma o endereço da casa, que deve abrir as portas em
abril. Martinez diz que não vai cancelar investimentos
por conta da crise, mas afirma que renegociou preços com
fornecedores para cortar custos do restaurante.
Rede de laboratório popular começa a funcionar na Sé
Começa a funcionar neste
mês, na praça da Sé, o Vapt
Vupt Saúde. Espécie de Poupa
Tempo das análises clínicas, o
laboratório pretende oferecer
exames sem a necessidade de
guias, autorizações de plano de
saúde e agendamento, com preços médios 50% menores que
os praticados pelo mercado.
"Há um grande espaço de
atuação nessa área com a população mais carente", afirma Rogério Saladino, presidente do
grupo Biofast, controlador do
Vapt Vupt. "O objetivo é levar
aos mais pobres exames com a
mesma qualidade e rapidez dos
oferecidos aos ricos, só que a
preços mais acessíveis."
Segundo Saladino, enquanto
um hemograma feito num laboratório localizado em regiões
nobres da cidade sai a R$ 50, no
Vapt Vupt ele custará R$ 7. O
segredo para o preço baixo, diz
ele, está na escala. O Biofast
tem capacidade de processamento de 3 milhões de exames
por mês. A cidade de São Paulo,
por exemplo, processa 2 milhões.
Com o projeto de atender a
planos de saúde e de criar seu
próprio plano a partir de 2010,
o empresário acredita que o
grande volume de pagamentos,
no entanto, será feito em dinheiro vivo. "Funcionaremos
em áreas de grande concentração populacional, perto de terminais de ônibus, metrô e regiões como a 25 de Março", diz
Saladino. "Nessas áreas, a
quantidade de trabalhadores
informais é grande e, provavelmente, haverá muitos pagamentos em dinheiro vivo."
Com investimentos de R$ 2
milhões previstos para 2009, a
intenção é ter dez unidades
abertas até o fim do ano, sendo
cinco em São Paulo. Para 2010,
o plano é investir mais R$ 4 milhões e chegar também a cidades do Nordeste.
SEM PAPEL
A SulAmérica quer economizar R$ 1 milhão com o
corte no uso de papel para
prestação de contas médicas
e hospitalares. A empresa
iniciou uma campanha para
que seus 27 mil prestadores
de serviços na área médica
adotem o novo sistema de
certificação digital de documentos que a companhia
acaba de lançar. A meta é tirar de circulação 17 milhões
de folhas ou 215 toneladas
de papel.
LENÇOL
As vendas do segmento de
cama, mesa e banho cresceram 3,5% em 2008 em relação a 2007, segundo levantamento do Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos de São Paulo.
Governo baiano gasta R$ 150 mi em dívida fiscal
O governo da Bahia fechou
o ano passado com o pagamento de R$ 150 milhões em
dívidas da Lei Kandir, que retira o ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e
Serviços) das vendas externas de produtos primários, e
incentivos fiscais concedidos
pelo Estado a diversas companhias.
Entre as primeiras empresas que fizeram o acordo com
o governo baiano, estão a
Oxiteno e a Elekeiroz, do polo petroquímico de Camaçari. As companhias estavam
aguardando a liberação do
pagamento dos créditos há
mais de dez anos.
A Oxiteno firmou um acordo para receber R$ 69,9 milhões, em 48 parcelas mensais. Já a Elekeiroz, controlada pela holding Itaúsa, deve
receber R$ 83 milhões em 66
parcelas.
O governo da Bahia exigiu
uma contrapartida das empresas para o pagamento dos
créditos. Elas terão que realizar investimentos na ampliação e na modernização de
suas plantas industriais localizadas no Estado.
A Oxiteno também vai destinar 5% do valor a ser transferido ao Inovatec (Programa Estadual de Incentivos à
Inovação Tecnológica).
MÃOS AO ALTO
A crise econômica fez aumentar os roubos a banco
em Nova York, de acordo
com informações do jornal
"The New York Times". O
número de assaltos aumentou 54%, passando de 280
em 2007 para 431 no ano
passado.
BACALHAU
O governo português
aprovou no dia 30 de dezembro um decreto que permite
acelerar, em 2009 e 2010, a
contratação de serviços públicos. Criada para combater
a crise econômica internacional, a medida permite a
locação de bens móveis ou a
contratação de serviços de
até 206 mil. O valor total
do pacote de estímulo público é de 5,5 bilhões.
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