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Opção é ter meta de crescimento e conta externa no azul, diz analista
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo teria alternativa ao
aumento da meta de superávit
primário se ousasse romper, desde o primeiro momento, com a
política econômica que herdou
do governo Fernando Henrique
Cardoso. "Mas o PT reproduziu a
política de FHC de forma ampliada, para se credenciar ante o mercado, garantir o fluxo de capitais,
obter credibilidade e estabilizar o
câmbio", diz o economista Geraldo Biasoto.
Na sua opinião, o PT deveria começar questionando o conceito
de superávit fiscal, que inclui até
os investimentos da Petrobras e
no setor de saneamento no lado
das despesas. "É um absurdo que
isso seja contabilizado", diz ele.
Além disso, deveria se ocupar
mais em buscar uma melhora no
balanço de pagamentos. "Fizemos um movimento expressivo
no lado externo, em 2002, via
substituição de importações.
Agora temos de melhorar a qualidade dos produtos exportáveis,
aumentar a exportação e ganhar
novos mercados", diz ele.
O professor da Unicamp Francisco Lopreato vai na mesma linha de raciocínio. "O que vai garantir que o país se mantenha à
tona no caso de uma crise internacional será a melhora do balanço de pagamentos [entrada e saída de dólares"." Em vez de meta
de superávit, diz, o governo deveria fixar meta de crescimento do
PIB e balizar os demais indicadores econômicos por tal objetivo.
Na opinião de Fernando Pinto
Ferreira, sócio-diretor da consultoria Global Invest, o governo deveria mudar sua política em relação aos juros. "Da forma que o
governo vem conduzindo sua política monetária, aumentando os
juros logo na primeira reunião do
Copom [Comitê de Política Monetária", todo esse esforço fiscal
brutal acaba indo pelo ralo."
Para Ferreira, não adianta ficar
aumentando a meta de superávit
se os gastos com juros não param
de crescer. "Com essa política, o
governo consegue apenas estourar a dívida e fazer com que a economia tenha um crescimento pífio, como foi nos últimos anos. As
condições para que isso se torne
um problema crítico num futuro
próximo estão dadas", diz ele.
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