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São Paulo, domingo, 02 de fevereiro de 2003

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Opção é ter meta de crescimento e conta externa no azul, diz analista

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo teria alternativa ao aumento da meta de superávit primário se ousasse romper, desde o primeiro momento, com a política econômica que herdou do governo Fernando Henrique Cardoso. "Mas o PT reproduziu a política de FHC de forma ampliada, para se credenciar ante o mercado, garantir o fluxo de capitais, obter credibilidade e estabilizar o câmbio", diz o economista Geraldo Biasoto.
Na sua opinião, o PT deveria começar questionando o conceito de superávit fiscal, que inclui até os investimentos da Petrobras e no setor de saneamento no lado das despesas. "É um absurdo que isso seja contabilizado", diz ele. Além disso, deveria se ocupar mais em buscar uma melhora no balanço de pagamentos. "Fizemos um movimento expressivo no lado externo, em 2002, via substituição de importações. Agora temos de melhorar a qualidade dos produtos exportáveis, aumentar a exportação e ganhar novos mercados", diz ele.
O professor da Unicamp Francisco Lopreato vai na mesma linha de raciocínio. "O que vai garantir que o país se mantenha à tona no caso de uma crise internacional será a melhora do balanço de pagamentos [entrada e saída de dólares"." Em vez de meta de superávit, diz, o governo deveria fixar meta de crescimento do PIB e balizar os demais indicadores econômicos por tal objetivo.
Na opinião de Fernando Pinto Ferreira, sócio-diretor da consultoria Global Invest, o governo deveria mudar sua política em relação aos juros. "Da forma que o governo vem conduzindo sua política monetária, aumentando os juros logo na primeira reunião do Copom [Comitê de Política Monetária", todo esse esforço fiscal brutal acaba indo pelo ralo."
Para Ferreira, não adianta ficar aumentando a meta de superávit se os gastos com juros não param de crescer. "Com essa política, o governo consegue apenas estourar a dívida e fazer com que a economia tenha um crescimento pífio, como foi nos últimos anos. As condições para que isso se torne um problema crítico num futuro próximo estão dadas", diz ele.


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