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Alcoa e estatal chinesa compram 12% da mineradora Rio Tinto
Negócio pode impedir aquisição da anglo-australiana pela rival BHP Billiton
DA REDAÇÃO
A estatal chinesa Chinalco
(Aluminium Corporation of
China) e a americana Alcoa
anunciaram ontem que compraram por pouco mais de US$
14 bilhões 12% das ações da mineradora anglo-australiana Rio
Tinto na Bolsa de Londres, em
um negócio que deve dificultar
a aquisição da empresa pela rival BHP Billiton.
A maior parte do investimento será realizado pela estatal
chinesa, já que a Alcoa disse
que colocou US$ 1,2 bilhão no
negócio. Esse é o maior negócio
já realizado no exterior por
uma empresa do país asiático.
A Chinalco, a maior produtora de alumínio e de alumina da
China e que tem investimentos
em outros países, disse que a
intenção do negócio é aumentar a sua presença no mercado
internacional. No entanto, o
negócio é visto como um desejo
do governo chinês de impedir a
compra da Rio Tinto pela BHP.
O governo chinês teme que a
fusão das duas maiores minerados do mundo em valor de mercado (a brasileira Vale terminou 2007 como a terceira) possa aumentar os preços das commodities, especialmente do minério de ferro, que é fundamental para a industrialização do
país. Os altos preços do minério
têm feito o governo chinês buscar alternativas, como a exploração de minas na África e também na Ásia.
A Alcoa e a Chinalco afirmaram que "no momento" não
pretendem fazer uma oferta
pela Rio Tinto, mas que se reservam o direito de realizar ou
participar de uma nos próximos seis meses. Segundo o "Financial Times", os chineses poderiam ainda negociar com a
BHP uma participação na proposta pela concorrente.
A Rio Tinto já recusou em
novembro passado uma oferta
de entre US$ 110 bilhões e US$
140 bilhões da BHP. As autoridades regulatórias britânicas
deram até quarta-feira para
BHP formalizar uma oferta ou
dizer que não está mais interessada no negócio.
Caso o negócio entre a BHP e
a Rio Tinto não se concretize, a
Vale poderá se tornar a maior
mineradora do mundo, ganhando ainda mais poder de
negociação. Para isso, ela ainda
terá que adquirir a anglo-suíça
Xstrata. A empresa brasileira é
a maior produtora de minério
de ferro, mas as australianas
têm a vantagem da menor distância nas negociações com a
China, o que reduz seus preços.
No ano passado, a Alcoa perdeu para a Rio Tinto a disputa
pela aquisição da canadense Alcan, em um negócio de quase
US$ 40 bilhões.
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