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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Crise aumenta interesse de fundos por empresas do Brasil
A queda no valor de mercado
de companhias brasileiras listadas em Bolsa já despertou o
interesse dos fundos de "private equity". O escritório de advocacia Lefosse, parceiro da banca internacional Linklaters, já
foi procurado por sete fundos
interessados em adquirir o
controle dessas empresas após
o agravamento da crise. Nos
quatro estudos já concluídos,
todos os fundos desistiram do
negócio, que esbarra em cláusulas de "poison pill".
O "poison pill" é um dispositivo incluído nos processos de
IPO (oferta inicial de ações) para desencorajar aquisições hostis do controle da empresa, que,
em geral, incluem um plano de
direitos ao acionista.
Segundo Thiago Sandim, sócio do Lefosse, as empresas que
despertaram o interesse dos
"private equities" são dos setores imobiliário, de agronegócios e de bens duráveis. O perfil
é de empresas do Novo Mercado, que abriram o capital recentemente e que sofreram uma
desvalorização forte nos ativos.
Para ele, o "poison pill" se
tornou um entrave para as
companhias em meio à crise.
Com dificuldade de captar recursos no sistema de crédito
bancário e no mercado de capitais, as companhias também fecharam uma oportunidade para receber aporte de capital de
fundos de "private equity".
Sandim cita como exemplo
algumas cláusulas de "poison
pill" que obrigam o comprador
de mais de 50% das ações ordinárias (com direito a voto) a adquirir todas as ações da empresa por montantes que podem
chegar, em casos extremos, a
150% do valor de mercado.
"Os fundos têm dinheiro e
veem ativos baratos para comprar. Mas quando olham a parte jurídica descobrem que os
ativos na verdade são caros
porque há um dispositivo legal
que faz com que eles custem
mais", afirma.
A única forma de contestar o
conteúdo do "poison pill" é
com um contencioso judicial
na Câmara de Arbitragem do
Mercado, diz Sandim. Em alguns casos, as empresas colocaram na cláusula a possibilidade
de ela ser excluída por assembleia geral dos acionistas, mas,
segundo Sandim, são exceções.
"Quando ficam sabendo do
"poison pill", os investidores desistem. Ninguém quer colocar
dinheiro em um negócio para
depois aguardar uma decisão
que permitirá ou não a ele concluir a operação."
DE BRANCO
A corretora de seguros Mister Líber abre em fevereiro sua filial no Rio. Com foco em profissionais de
saúde, a corretora escolheu a cidade com base em
uma pesquisa que apontou investimentos totais de
R$ 10 milhões na rede privada de hospitais no Rio em
2009. A Mister Líber também fechou contrato com a
WorldCare Brasil para oferecer o benefício Segunda
Opinião Médica a todos os clientes titulares a partir
deste mês. A empresa aposta no segmento de vida e
previdência, no qual expandiu 39,7% em 2008. Para o
sócio Josusmar Sousa, a empresa pode crescer acima
de 30% neste segmento em 2009 mesmo com a crise,
porque o mercado é pouco explorado no Brasil.
ENSINO
A Secretaria de Estado da
Educação de São Paulo fez
acordo com 69 instituições
de ensino para colocar seus
alunos como professores auxiliares na rede estadual.
Cerca de 4.500 estudantes
trabalharão como auxiliares
de professores em salas de
aula, recebendo em troca
bolsa de estudos parciais ou
totais. Cada instituição receberá mensalmente R$ 500
por aluno, dinheiro que, depois de cobertos custos, deve
ser repassado aos alunos.
NO TEMPO
A RSM Boucinhas, Campos & Conti Auditores Independentes fechou 2008 com
crescimento de 35% no faturamento. Os segmentos
atendidos pela empresa que
mais se destacaram em
2008, em relação a 2007, foram logística, com alta de
125%, educação (55%) e fundos de pensão (50%).
PILHA
O Papa-Pilhas, programa
de reciclagem de pilhas e baterias do Banco Real, em
2008, registrou o tratamento de 127 toneladas de material, quantidade três vezes
superior à de 2007. No Estado de São Paulo, superou 70
toneladas. O programa, que
começou em 2006, chegou
ao fim de 2008 com quase
2.000 postos de coleta no
país. Os displays ficam instalados em agências e postos
de atendimento do banco,
universidades, hospitais, órgãos públicos e outros.
ESCOLA
O Formare, projeto da
Fundação Iochpe de educação profissional para jovens
de baixa renda, capacitou
mais de 1,5 mil jovens em
2008 em parceria com as
empresas credenciadas ao
programa. Mais 80 adolescentes devem receber seus
certificados de conclusão de
curso de Magneti Marelli,
Delphi, Plascar, Videolar,
Lear e Mahle. A fundação
também inaugurou uma Escola Formare na SYL, fabricante nacional de autopeças.
PUPILOS
A Microsoft Brasil fez parceria com a Anprotec (associação de empreendimentos
inovadores) para auxiliar no
desenvolvimento de empresas de base tecnológica estabelecidas em incubadoras e
parques tecnológicos associados à entidade. O programa dura três anos e traz benefícios como licenças para
mais de 25 softwares da Microsoft, suporte e treinamentos técnicos e focados
em negócios, "mentoring" e
visibilidade internacional.
Para participar, as empresas
devem ter menos de três
anos e faturamento anual de
até R$ 1,2 milhão.
GUARDA-CHUVA
O shopping Pátio Paulista
distribuiu 2.000 guarda-
-chuvas em seis dias desde o
início da promoção "Comprou Ganhou - São Paulo
Terra da Garoa", no dia 24
de janeiro. A cada R$ 300 em
compras pagas com cartões
Visa, os clientes recebiam
um guarda-chuva de brinde.
As compras, portanto, foram
de, no mínimo, R$ 600 mil.
CRIANÇAS
A Lego Education teve alta de 30% na rentabilidade
em 2008, superando 1 milhão de crianças atendidas
nas redes de ensino.
LÍNGUA SOLTA
A People, rede de escolas profissionalizantes controlada
pelo grupo MultiHolding, começará a oferecer também cursos de idiomas neste ano. Inicialmente, a instituição vai
abrir turmas de inglês e espanhol. Para Carlos Wizard Martins, presidente do MultiHolding, que também controla as
marcas Wizard, Alpes e Skill, a nova opção de cursos na People foi criada para otimizar o investimento dos franqueados.
Desde que foi adquirida pelo grupo MultiHolding, no primeiro semestre de 2008, a People saltou de 50 para 100 unidades. Martins projeta uma expansão de 20% no faturamento
do grupo neste ano e não vê impactos diretos da crise nos
seus negócios. "Eu acredito no discurso do presidente Lula
de que esta crise é uma marolinha e que vai afetar pouco o
setor de serviços do Brasil", afirma o presidente do grupo.
Com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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