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ANÁLISE
Parceria deve dar novo ânimo e mais tecnologia ao setor
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
O setor de álcool, que vivia
um cenário de indefinições nos
dois últimos anos, pode ganhar
vida com a parceria entre Cosan e Shell, último capítulo da
internacionalização da área.
A questão ambiental deve se
acirrar ainda mais nos próximos anos. Com isso, a Shell,
uma das principais produtoras
e distribuidoras de gasolina no
mundo, buscará ser uma das
primeiras a oferecer uma gasolina menos poluente. Sua grande participação no cenário internacional provocará uma
evolução da demanda de álcool
anidro, que é misturado à gasolina. Ganha a indústria brasileira, que tem a maior oferta exportável de álcool.
Um segundo ponto é que a
empresa anglo-holandesa deve
acelerar os investimentos na
busca do álcool de segunda geração, proveniente do bagaço
ou até da palha da cana. Com os
pés no Brasil, onde a oferta de
matéria-prima para a produção
desse álcool de segunda geração é grande, ela deverá trazer e
desenvolver essa nova tecnologia no país, colocando as usinas
brasileiras um passo à frente.
Como diz Luiz Carlos Corrêa
Carvalho, diretor da Canaplan
e especialista no setor, "a questão do álcool é uma questão de
tempo, sempre em função do
problema ambiental -parece
que a hora chegou". Na medida
em que a questão ambiental
cresce, as alternativas mais viáveis aos hidrocarbonetos ganham importância, afirma.
Carvalho diz que até o mercado norte-americano, que tem
de se definir sobre as restrições
às importações até o final deste
ano, deve derrubar as barreiras
tarifárias, tornando inevitável a
aceleração da abertura.
O mercado amadurece principalmente porque há uma revoada de grandes empresas para o país, entre elas as principais companhias de petróleo,
como a British Petroleum. "As
outras irmãs dessa indústria do
petróleo que ainda não vieram
devem vir logo", diz Carvalho.
A vinda dessas empresas não
deve se limitar ao álcool, mas
abarcar todo o processo de produção de energia. O especialista alerta, porém, de que o país
deve montar uma política regulatória com competência, sem
querer derrubar a lei da oferta e
da demanda. "As condições para a formação do mercado internacional estão sendo montadas, e as chances estão aí."
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