São Paulo, terça-feira, 02 de fevereiro de 2010

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ANÁLISE

Parceria deve dar novo ânimo e mais tecnologia ao setor

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

O setor de álcool, que vivia um cenário de indefinições nos dois últimos anos, pode ganhar vida com a parceria entre Cosan e Shell, último capítulo da internacionalização da área.
A questão ambiental deve se acirrar ainda mais nos próximos anos. Com isso, a Shell, uma das principais produtoras e distribuidoras de gasolina no mundo, buscará ser uma das primeiras a oferecer uma gasolina menos poluente. Sua grande participação no cenário internacional provocará uma evolução da demanda de álcool anidro, que é misturado à gasolina. Ganha a indústria brasileira, que tem a maior oferta exportável de álcool.
Um segundo ponto é que a empresa anglo-holandesa deve acelerar os investimentos na busca do álcool de segunda geração, proveniente do bagaço ou até da palha da cana. Com os pés no Brasil, onde a oferta de matéria-prima para a produção desse álcool de segunda geração é grande, ela deverá trazer e desenvolver essa nova tecnologia no país, colocando as usinas brasileiras um passo à frente.
Como diz Luiz Carlos Corrêa Carvalho, diretor da Canaplan e especialista no setor, "a questão do álcool é uma questão de tempo, sempre em função do problema ambiental -parece que a hora chegou". Na medida em que a questão ambiental cresce, as alternativas mais viáveis aos hidrocarbonetos ganham importância, afirma.
Carvalho diz que até o mercado norte-americano, que tem de se definir sobre as restrições às importações até o final deste ano, deve derrubar as barreiras tarifárias, tornando inevitável a aceleração da abertura.
O mercado amadurece principalmente porque há uma revoada de grandes empresas para o país, entre elas as principais companhias de petróleo, como a British Petroleum. "As outras irmãs dessa indústria do petróleo que ainda não vieram devem vir logo", diz Carvalho.
A vinda dessas empresas não deve se limitar ao álcool, mas abarcar todo o processo de produção de energia. O especialista alerta, porém, de que o país deve montar uma política regulatória com competência, sem querer derrubar a lei da oferta e da demanda. "As condições para a formação do mercado internacional estão sendo montadas, e as chances estão aí."


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