São Paulo, terça-feira, 02 de fevereiro de 2010

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Bolsa inverte rumo e inicia mês em alta; dólar recua

Dados dos EUA animam; moeda recua para R$ 1,861

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após um fechamento de janeiro bastante desanimador, o mercado financeiro iniciou este mês em outro ritmo. As Bolsas subiram em quase todo o mundo, amparadas por dados econômicos favoráveis. Na BM&FBovespa, o que se viu foi uma alta de 1,79% ontem.
O mercado de câmbio não se isolou, e o dólar devolveu parte de sua escalada recente. Em relação ao real, a moeda norte-americana perdeu 1,27% de seu valor, indo para R$ 1,861.
Os mercados abriram em rota de alta, embalados por números melhores que os projetados nos EUA. A elevação da renda e dos gastos dos norte-americanos em dezembro foi recebida com entusiasmo. Houve também a apresentação da atividade manufatureira no país, que, segundo o instituto ISM, expandiu-se pelo sexto mês consecutivo.
O índice Dow Jones, que reúne 30 das mais negociadas ações norte-americanas, terminou com alta de 1,17%. Para a Bolsa eletrônica Nasdaq, o dia foi de apreciação de 1,11%.
Na zona do euro, a atividade manufatureira alcançou em janeiro seu maior nível em cerca de dois anos. A Bolsa de Londres subiu 1,14%, e a de Frankfurt ganhou 0,81%.
Com o clima mais animado no exterior, os estrangeiros voltaram a comprar ações brasileiras. Uma das mais procuradas ontem pelo capital externo, segundo operadores, foi a Cosan, que anunciou uma aliança com a Shell. As ações ordinárias da Cosan avançaram 10,70%.
Outro destaque do dia foram as ações ON do Banco do Brasil, que registraram apreciação de 6,76%. O banco informou que seu balanço do quarto trimestre contará com um impacto positivo de R$ 1,6 bilhão.
A Bolsa brasileira operou no vermelho por breve momento ontem, tendo marcado baixa de apenas de 0,06% na mínima. No pico, bateu em 66.763 pontos, com apreciação de 2,08%.
A apreciação das commodities, motivada por dados econômicos que apontaram a continuidade da expansão da China neste começo de ano, também serviu de estímulo para as compras de ações. No segmento de siderurgia e mineração, o mais sensível ao desempenho do gigante asiático, os principais papéis negociados na BM&FBovespa tiveram altas.
A Vale puxou as outras companhias do segmento. Suas ações terminaram o pregão com apreciações de 3,46% (PNA) e 3,02% (ON). Logo atrás vieram Companhia Siderúrgica Nacional ON (2,27%) e Usiminas PNA (1,63%).
A recuperação do petróleo -que subiu 2,11% em Nova York, para US$ 74,43- também foi levada em consideração pelos investidores. Quem mais se beneficiou foi a ação ON da OGX Petróleo, que subiu 2,97%. As ações PN da Petrobras ganharam 0,38%.
Apesar do início de semana animador, analistas lembram que ainda é cedo para falar em virada de rumo. "No que depender da agenda da semana, não faltarão motivos para que os mercados financeiros mundiais e locais sigam voláteis e sem um viés muito definido. Os investidores terão que analisar muitos dados e alguns comunicados de política monetária", afirma Miriam Tavares, diretora da corretora AGK.
Entre os tópicos que prometem agitar os próximos pregões, estão o relatório de emprego dos EUA e as reuniões de política monetária do BCE (Banco Central Europeu) e do Banco da Inglaterra. No Brasil, os investidores aguardam a apresentação, na quinta-feira, da ata do último encontro do Copom. Espera-se que a ata traga sinais de quando os juros começarão a subir no país.


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