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FUSÃO
Nova instituição será a maior da França e a segunda maior da Europa no setor, com ativos de US$ 677 bilhões
SG e Paribas formam 4º banco do mundo
MARIANA SGARIONI
de Paris
Os bancos franceses Société Générale e Paribas anunciaram ontem uma fusão que vai criar o segundo maior banco da Europa e o
quarto maior do mundo.
O SG, o segundo maior do país,
deve pagar US$ 17,5 bilhões pelo
Paribas, que ocupa a oitava posição no ranking do setor financeiro
na França. A operação, aprovada
pelo conselho administrativo das
duas instituições, será realizada
por meio de troca de ações na Bolsa de Valores.
Os bancos europeus intensificaram as fusões desde o ano passado
com o objetivo de cortar custos e
aumentar as vendas de produtos e
serviços por intermédio de uma
rede maior de filiais.
Ontem, as ações de outras instituições financeiras da França tiveram alta devido às especulações de
que novas fusões devem ocorrer
nos próximos meses.
Batizada de SG Paribas, a nova
entidade será o segundo maior
banco da Europa em ativos, com
599 bilhões de euros -cerca de
US$ 677 bilhões- e deve ficar
atrás do suíço UBS.
Na França, o SG Paribas será o
primeiro maior banco, ultrapassando o Crédit Agricole. A fusão já
anunciada pelo Deutsche Bank
com o Bankers Trust em 1998 deverá alterar o ranking europeu e a
nova instituição francesa passará
para o terceiro lugar.
André Lévy-Lang, presidente do
Paribas, assumirá até 2002 a presidência da nova instituição, que
contará com cerca de 78 mil funcionários em todo o mundo. A
partir dessa data, o cargo passará
para Daniel Bouton, atual presidente do Société Générale.
Os dois dirigentes afirmaram
que já vêm negociando a fusão há
dois anos. A transação havia sido
adiada em virtude da entrada em
vigor do euro, a moeda única adotada desde o início deste ano por 11
dos 15 países que formam a União
Européia.
Os dirigentes disseram que os
dois bancos estão empenhados em
reestruturar sua rede internacional para tentar diminuir os efeitos
da crise financeira mundial.
Cortes
Para 1998, o SG Paribas deve fechar um resultado líquido combinado de 2,1 bilhões de euros -o
equivalente a US$ 2,37 bilhões.
As duas instituições não anunciaram o número exato de funcionários que podem ser dispensados
em virtude da fusão. Em comunicado oficial, os bancos afirmaram,
porém, que "a união está baseada
em uma complementação, e não
há necessidade de uma ruptura social na França".
O presidente francês, Jacques
Chirac, elogiou ontem a fusão dos
dois bancos. Segundo ele, a união
permitirá que as instituições consigam uma maior resistência em
face à concorrência internacional.
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