São Paulo, terça, 2 de fevereiro de 1999

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FUSÃO
Nova instituição será a maior da França e a segunda maior da Europa no setor, com ativos de US$ 677 bilhões
SG e Paribas formam 4º banco do mundo

MARIANA SGARIONI
de Paris

Os bancos franceses Société Générale e Paribas anunciaram ontem uma fusão que vai criar o segundo maior banco da Europa e o quarto maior do mundo.
O SG, o segundo maior do país, deve pagar US$ 17,5 bilhões pelo Paribas, que ocupa a oitava posição no ranking do setor financeiro na França. A operação, aprovada pelo conselho administrativo das duas instituições, será realizada por meio de troca de ações na Bolsa de Valores.
Os bancos europeus intensificaram as fusões desde o ano passado com o objetivo de cortar custos e aumentar as vendas de produtos e serviços por intermédio de uma rede maior de filiais.
Ontem, as ações de outras instituições financeiras da França tiveram alta devido às especulações de que novas fusões devem ocorrer nos próximos meses.
Batizada de SG Paribas, a nova entidade será o segundo maior banco da Europa em ativos, com 599 bilhões de euros -cerca de US$ 677 bilhões- e deve ficar atrás do suíço UBS.
Na França, o SG Paribas será o primeiro maior banco, ultrapassando o Crédit Agricole. A fusão já anunciada pelo Deutsche Bank com o Bankers Trust em 1998 deverá alterar o ranking europeu e a nova instituição francesa passará para o terceiro lugar.
André Lévy-Lang, presidente do Paribas, assumirá até 2002 a presidência da nova instituição, que contará com cerca de 78 mil funcionários em todo o mundo. A partir dessa data, o cargo passará para Daniel Bouton, atual presidente do Société Générale.
Os dois dirigentes afirmaram que já vêm negociando a fusão há dois anos. A transação havia sido adiada em virtude da entrada em vigor do euro, a moeda única adotada desde o início deste ano por 11 dos 15 países que formam a União Européia.
Os dirigentes disseram que os dois bancos estão empenhados em reestruturar sua rede internacional para tentar diminuir os efeitos da crise financeira mundial.

Cortes
Para 1998, o SG Paribas deve fechar um resultado líquido combinado de 2,1 bilhões de euros -o equivalente a US$ 2,37 bilhões.
As duas instituições não anunciaram o número exato de funcionários que podem ser dispensados em virtude da fusão. Em comunicado oficial, os bancos afirmaram, porém, que "a união está baseada em uma complementação, e não há necessidade de uma ruptura social na França".
O presidente francês, Jacques Chirac, elogiou ontem a fusão dos dois bancos. Segundo ele, a união permitirá que as instituições consigam uma maior resistência em face à concorrência internacional.



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