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MERCADO FINANCEIRO
Pela 1ª vez desde eclosão do caso Waldomiro dólar fecha abaixo de R$ 2,90; Bovespa avança 3,42%
Bolsa sobe e agora acumula ganho no ano
SÉRGIO RIPARDO
DA FOLHA ONLINE
O mercado financeiro começou
março com otimismo, alta na Bovespa e queda do dólar, dos juros
futuros e da taxa de risco dos títulos da dívida. Após a turbulência
de fevereiro, atribuída à crise política no governo Lula e ao receio de
uma alta no juro dos EUA no curto prazo, os investidores estrangeiros voltaram ontem às compras de papéis brasileiros, em
busca de ganhos elevados.
O principal índice da Bolsa paulista subiu 3,42% e voltou a acumular ganho (1,1%) no ano. Já o
dólar teve a quinta queda e ficou
abaixo dos R$ 2,90 pela primeira
vez desde o início do caso Waldomiro Diniz, em 13 de fevereiro. A
baixa de 0,44% fez a moeda dos
EUA fechar a R$ 2,896, menor valor desde 27 de janeiro passado. O
risco brasileiro recuou e o C-Bond
valorizou 0,65% para 96,56% de
seu valor de face.
O apoio ao governo brasileiro
manifestado no último domingo
pelo diretor-gerente do FMI,
Horst Köhler, ajudou a melhorar
os indicadores, segundo analistas.
Após encontro com o presidente
Lula, Köhler falou em crescimento "forte" do Brasil neste ano e sinalizou mudança no cálculo do
superávit primário (valor economizado pelo país para pagar juros
da dívida) para permitir maior investimento em infra-estrutura.
"O FMI conhece o Brasil pelo
avesso. Uma opinião positiva do
Fundo é muito importante para
os investidores estrangeiros e serve para reduzir as especulações
políticas", afirmou o gerente da
corretora Moeda, José Carlos Benites.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os juros futuros
também refletiram o clima mais
tranqüilo dos investidores e encerraram em queda. O contrato
que estima o juro do mercado para janeiro de 2005, o mais negociado, projetou taxa anual de
15,58%, abaixo da registrada na
sexta (15,78%).
"O mercado começou a corrigir
a forte alta nos juros futuros verificada no auge da crise política.
Mas ainda há dúvidas se o Banco
Central voltará a cortar os juros já
em março", afirmou Marcelo Ribeiro, analista da corretora Pentágono.
Só uma das 54 ações que formam o Ibovespa fechou em queda. Foi o papel da Braskem, que
caiu 2,5%. Foi só um ajuste de
preço, após a ação ter registrado a
maior alta do Ibovespa em fevereiro (14,75%).
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