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COMÉRCIO EXTERIOR
Saldo de vendas externas atinge US$ 100 bi em 12 meses pela primeira vez na história; nova meta não tem prazo
Governo agora quer exportações de US$ 150 bi
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pela primeira vez na história do
país, o saldo das exportações em
12 meses superou US$ 100 bilhões, meta prevista pelo governo
Lula para ser atingida em 2006.
Entre março de 2004 e fevereiro
deste ano, as vendas para o exterior somaram US$ 100,153 bilhões, disse o ministro Luiz Fernando Furlan, após reunião com
representantes de 19 setores exportadores.
Estimulado pelo resultado, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva fixou uma nova meta, de US$
150 bilhões, mas ainda sem prazo
definido, disse Furlan. Lula foi informado do resultado na noite de
segunda-feira pelo ministro.
De março de 2004 a fevereiro
deste ano o país embarcou US$
100,153 bilhões em mercadorias
para o exterior e importou US$
65,054 bilhões, o que resultou em
um saldo de US$ 35,099 bilhões.
"Gostaria de, em nome do governo, agradecer o esforço das
empresas que se dedicaram ao comércio exterior provocando a antecipação da meta prevista para o
fim de 2006", disse Furlan.
A meta de exportar US$ 100 bilhões em um ano havia sido definida pelo pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-1998 e 1999-2002) durante a campanha eleitoral de 1998, quando
era candidato à reeleição, mas
acabou não sendo cumprida.
No início do governo Lula, em
janeiro do ano passado, o Ministério do Desenvolvimento determinou o cumprimento da mesma
meta, mas estabeleceu um prazo
até dezembro de 2006.
Com o resultado do ano passado, porém, quando as vendas aumentaram 20,71% com relação a
2003, o governo passou a contar
com a antecipação do cumprimento da meta para março.
Depois de seis anos consecutivos de saldo negativo, apesar da
desvalorização do real em 1999, a
balança comercial passou a ser
superavitária em 2001. Mas foi em
2003 que as exportações deram
um salto e cresceram 20,97%. A
balança comercial tem sido a responsável pelo resultado positivo
das contas externas.
Segundo Furlan, o presidente
Lula telefonou para ele do avião
presidencial pela manhã e prometeu um evento para comemorar o
resultado, mas uma placa informando que a meta de US$ 100 bilhões em exportações foi atingida
decorava o auditório na qual Furlan de entrevista. O ministro disse
que uma peça publicitária sobre o
cumprimento da meta será veiculada nos próximos dias.
Lula viajou ao Uruguai para
participar da posse do socialista
Tabaré Vázquez como novo presidente do país.
Furlan, que recentemente mostrou-se preocupado com efeitos
da desvalorização do dólar na balança comercial, disse ontem que
o "câmbio não está atrapalhando
as exportações porque o governo
está adotando várias medidas".
Essas medidas, disse, são as promoções comerciais, maior habilidade aduaneira e melhora nos
custos operacionais.
"Neste ano a Apex [agência de
estímulo aos exportadores] vai
promover 550 eventos com 15 mil
empresas. É inexorável que as exportações cresçam", disse Furlan.
Apesar da comemoração, o ministro também ouviu reclamações dos empresários. Carlos Lovateli, da Associação Brasileira do
Agronegócio, disse que neste ano,
por causa da desvalorização das
commodities, o complexo soja vai
exportar US$ 1 bilhão a menos.
Elizabeth Carvalhes, diretora da
Volkswagen, afirmou que o setor
perde com o aumento de custos,
por causa dos reajustes de preços
de aço e plástico, e com a desvalorização do dólar.
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