São Paulo, quarta-feira, 02 de março de 2005

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Palocci e Furlan se contradizem sobre câmbio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os ministros Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e Antonio Palocci Filho (Fazenda) deram ontem declarações contraditórias sobre medidas reivindicadas pelos exportadores.
Enquanto Furlan disse, pela manhã, que espera para o final deste mês a ampliação do prazo para que exportadores possam deixar dólares no exterior, de 180 dias para 360 dias, Palocci qualificou essa medida como mera "proposição".
Defendida por Furlan desde o ano passado, a ampliação do prazo para que os dólares das exportações sejam "internalizados" pode ajudar a recuperação do valor do dólar em relação ao real.
"Essa é uma boa idéia e que não coloca prejuízo ao governo. É apenas o reconhecimento que a dinâmica do comércio exterior é diferente", disse Furlan.
Com a desvalorização do dólar, os exportadores esperam ganhar tempo para converter a moeda em reais quando a cotação estiver melhor. Esperam ainda reduzir os riscos de oscilações cambiais bruscas ou ganhar com outras aplicações no exterior.
"Só falamos de medidas econômicas quando elas são tomadas. O adequado é que possamos avaliar essas proposições que existem hoje sobre isso e, assim que formos tomar alguma medida, ela será devidamente anunciada", disse Palocci, questionado sobre a declaração de Furlan.
Medidas para atenuar a valorização do real em relação ao dólar são vistas com ceticismo na Fazenda e no Banco Central. As alas mais ortodoxas e liberais da equipe econômica defendem a livre flutuação do câmbio -e a queda do dólar tem contribuído para o controle da inflação.
Palocci considerou "mais importante" que a medida de Furlan um estudo conduzido pelo BC para aperfeiçoar o mercado de câmbio. "O Banco Central vem trabalhando numa pauta sobre modernização das regras, da questão cambial e da sua própria institucionalidade, e isso com o tempo será discutido e apresentado", disse, sem entrar em detalhes.


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