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SEU BOLSO
A partir de agosto, cliente de banco terá a conta de investimento para movimentar recursos; cobrança de IR muda
Investidor poderá trocar aplicação sem CPMF
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A partir de 1º de agosto, o cliente
de banco que quiser trocar de
aplicação financeira não vai mais
pagar a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), cuja alíquota é hoje de
0,38%.
O nome do mecanismo, que será criado hoje por medida provisória, é conta-investimento. Não
haverá mudanças operacionais
para o correntista. A nova regulamentação só entra em vigor em
agosto para que os bancos possam se adaptar.
Atualmente, o investidor paga a
CPMF pelo menos três vezes ao
trocar de aplicação. Isso porque a
contribuição é cobrada quando o
dinheiro é aplicado pela primeira
vez, quando ocorre a mudança de
investimento e quando o cliente
retira o dinheiro do banco.
A conta-investimento elimina a
incidência da CPMF na transferência do dinheiro de uma aplicação para a outra. Será uma espécie
de ambiente no qual os recursos
poderão migrar de aplicação livres da cobrança.
Recursos que já estiverem alocados nos fundos até 31 de julho
pagarão um "pedágio", a própria
CPMF de 0,38%, para poder usufruir da vantagem -a não ser que
o correntista queira esperar (sem
movimentar o dinheiro) até 1º de
agosto de 2006, quando toda aplicação anterior será beneficiada.
De acordo com o secretário do
Tesouro Nacional, Joaquim Levy,
todo o dinheiro que entrar nas
aplicações financeiras (poupança,
debêntures, títulos, fundos de investimento) a partir de agosto já
estará dentro da conta-investimento. Essas contas vão ser criadas pelas instituições financeiras
até o final de julho.
Mas, para evitar uma grande
migração nessa data, o governo
resolveu cobrar um "pedágio" para o saldo atual de aplicações e para o dinheiro que for aplicado até
o dia 31 de julho. Para esses saldos, o cliente terá que pagar
CPMF se quiser entrar na conta-investimento.
Receita extra
Se todo o dinheiro que está nos
fundos de investimento fosse
transferido para a conta-investimento, a Receita Federal arrecadaria R$ 1,9 bilhão em agosto. Até
25 de março deste ano, existiam
nesses fundos R$ 504,387 bilhões.
O diretor de Normas do Banco
Central, Sérgio Darcy, disse, porém, que a expectativa é que ocorra uma pequena migração porque
atualmente as transferências entre aplicações levam de seis meses
a um ano para acontecer. Esse é
um dos motivos pelos quais a perda de arrecadação é estimada em
apenas R$ 70 milhões ao ano.
Para Levy, a nova conta vai facilitar a administração dos recursos
pelas empresas e aumentar a
competição bancária. Isso porque
os investidores também poderão
transferir, sem pagar CPMF, seu
dinheiro de uma aplicação em um
banco para uma aplicação em outro banco, desde que tenham conta nas duas instituições.
Tributação muda
O governo também vai mudar a
tributação do Imposto de Renda
nos fundos de investimento, que é
de 20% sobre os rendimentos.
Hoje essa tributação é feita no saque, mensalmente ou trimestralmente, dependendo do prazo de
carência da aplicação. Agora, ela
será feita semestralmente ou no
momento do saque.
A mudança beneficia o investidor porque ele poderá compensar
eventuais prejuízos que ocorrerem durante os seis meses e ainda
acumular rendimentos. Para o
governo, a arrecadação é a mesma
porque acontecerá no espaço de
um ano.
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