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Venda de veículos volta a bater recorde
Com o IPI reduzido e a retomada das linhas de crédito, mercado automotivo do país registrou o melhor março da história
No 1º trimestre, a indústria também obteve o melhor desempenho para o período; segundo analistas, ao menos por ora a crise foi afastada
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A indústria automotiva voltou a bater recordes, como se a
crise já tivesse ficado para trás
após a redução do IPI sobre
carros e a retomada do crédito.
O setor teve no mês passado
o melhor resultado de vendas
para um mês de março. Foram
vendidos 271.494 veículos
-entre automóveis, comerciais
leves, caminhões e ônibus-,
volume 17% superior ao registrado no mesmo mês de 2008,
conforme apurou a Folha.
Trata-se do segundo mês
mais expressivo para a indústria automotiva, atrás de julho
de 2008, quando foram vendidas 288.137 unidades.
No acumulado, o setor também bateu recorde -foi o melhor primeiro trimestre da história, com o emplacamento de
668.314 veículos.
"Pelo menos por enquanto,
as medidas adotadas foram suficientes para retirar o setor da
crise", afirmou o consultor automotivo André Beer, ex-presidente da Anfavea (associação
das montadoras).
O impulso das vendas em
março, porém, explica-se em
parte pela antecipação da compra por parte dos consumidores, que ainda estavam incertos
sobre a prorrogação do corte
do IPI até o final de junho -o
governo anunciou a extensão
do benefício na segunda-feira.
Agora, a expectativa é que as
vendas se estabilizem em um
"bom patamar", mas dificilmente baterão o mês passado,
já que não há mais a mesma
pressa do consumidor para adquirir o automóvel a um preço
menor. Por conta do IPI reduzido, os carros ficaram entre
5% e 7% mais baratos.
"Mas não podemos nos acomodar com o resultado. O mercado é dinâmico. Se tirar o pé,
esse momento acabará. Mas a
tendência é que, mantida a situação atual, o mercado siga
em um bom patamar", afirma
Beer. Na sua estimativa, o setor
conseguirá vender, neste ano,
entre 2,4 milhões e 2,5 milhões
de unidades, nível similar ao alcançado em 2007.
Para Luiz Carlos Mello, coordenador do CEA (Centro de
Estudos Automotivos) e ex-presidente da Ford no Brasil, a
mão do governo foi importante
para dissipar o pânico, especialmente após o aperto no crédito vivido pelo setor em outubro e em novembro de 2008.
Além do corte do IPI, o Banco do Brasil ofereceu no ano
passado uma linha de R$ 4 bilhões para as financeiras das
montadoras, com o objetivo de
reativar o crédito no setor.
"Hoje, podemos dizer que as
condições de crédito estão ótimas. Não vemos os exageros de
2008, como o financiamento
em 84 parcelas, mas as condições já estão normalizadas."
Mello defende que o governo
prorrogue o corte do IPI novamente no final de junho para
garantir a manutenção dos níveis de venda.
Beer avalia que, se for para
retomar a cobrança, o governo
deverá fazê-lo de forma escalonada. "Tem de ser uma política
gradativa, para evitar um efeito
psicológico indesejável", diz.
(PAULO DE ARAUJO)
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