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Governo quer modificar lei para ajudar farmacêuticas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal estuda
mudar a lei de licitações para
incentivar empresas farmacêuticas instaladas no Brasil.
Uma das ideias é estabelecer
um mecanismo de compensação para os tributos cobrados
no país. "Hoje, as compras governamentais por vezes privilegiam os produtos importados,
porque a carga tributária do
Brasil, muitas vezes, é mais alta
do que nos outros países", disse
Reinaldo Guimarães, secretário de Ciência e Tecnologia do
Ministério da Saúde.
Segundo a Febrafarma (Federação Brasileira da Indústria
Farmacêutica), a carga tributária dos medicamentos está em
33,87%, enquanto é zero nos
EUA, na Venezuela e no México. Na Argentina, são 21%.
Outra mudança seria a realização de uma pré-qualificação
das empresas que poderiam
participar das licitações.
A avaliação é que o Brasil importa matérias-primas de má
qualidade porque a legislação
privilegia o menor preço.
As mudanças na lei de licitações devem ser propostas por
meio de um projeto de lei. A
primeira versão já foi discutida
por um grupo formado por seis
ministérios e outras instituições, como a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e o BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O projeto deve ser apresentado na semana que vem a setores da indústria. Antes de ir para o Congresso, tem de passar
pelo crivo da Casa Civil. O governo quer reduzir a dependência externa do país na saúde. Em 2008, o déficit no setor
foi de US$ 7,13 bilhões.
Ontem, o ministro José Gomes Temporão (Saúde) anunciou também nove parcerias
público-privadas para a produção de 21 medicamentos não
protegidos por patente.
Segundo Temporão, o governo economizará R$ 160 milhões dos R$ 800 milhões
anuais que gasta atualmente
com esses produtos.
As parcerias se dão entre empresas farmacêuticas e sete laboratórios públicos, federais e
estaduais. O modelo varia caso
a caso, mas, em regra, a empresa deve fornecer o princípio ativo e o laboratório público fabricará o remédio.
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