São Paulo, sexta-feira, 02 de abril de 2010

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Bolsa de SP atinge maior nível desde 2008

Com alta de 1,09% ontem, o índice Ibovespa chegou ao pico em quase 22 meses, com 71 mil pontos; o dólar recuou 0,67%

Resultados econômicos animadores na Europa, nos EUA e na Ásia elevaram compras de ações; papel da Vale foi o mais negociado

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

No último dia de negócios da semana, a BM&FBovespa retomou um patamar que não atingia desde antes da intensificação da crise financeira de 2008. Ontem o índice Ibovespa, o principal do mercado local, fechou com 71.136 pontos, após alta de 1,09%, e alcançou seu pico em quase 22 meses.
No segmento de câmbio, o dólar perdeu força e terminou cotado a R$ 1,769, depois de recuar 0,67% diante do real.
A Bolsa brasileira acompanhou o cenário de ganhos que marcou os principais centros acionários do mundo. Números consistentes de atividade manufatureira na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos trouxeram otimismo e alimentaram as compras de ações.
A Europa, animada com indicadores industriais fortes, se destacou, com as ações da maioria das grandes companhias em alta. A Bolsa de Frankfurt subiu 1,33%, e a de Londres, 1,15%. O FTSEurofirst 300, índice que reúne as principais ações da Europa, alcançou o máximo em 18 meses.
"Vários dados econômicos, com destaque para os de atividade manufatureira, ajudaram a dar ânimo aos investidores", diz Pedro Galdi, chefe de análise da corretora SLW.
O índice de atividade manufatureira na zona do euro alcançou em março seu mais elevado patamar em 40 meses. Apenas a Grécia decepcionou, sendo o único país da zona do euro a apresentar retração. Sua produção industrial sofreu, no mês passado, o recuo mais expressivo desde abril de 2009.
Já os EUA anunciaram que sua atividade manufatureira cresceu pelo oitavo mês consecutivo. Em Wall Street, o índice Dow Jones subiu 0,65%. A Nasdaq teve alta de 0,19%.
"Se não houver nenhuma surpresa desagradável, as Bolsas de Valores tendem a dar continuidade à sua recuperação na próxima semana. No caso da Bolsa brasileira, podemos até vê-la rumo aos 73 mil pontos", afirma Galdi.

Ásia ajuda
A China também foi palco de apresentação de dados industriais animadores, o que favoreceu os resultados das Bolsas na Ásia. A Bolsa de Xangai teve alta de 1,23%. Em Tóquio, o índice Nikkei ganhou 1,39%.
"Os dados da China também estimularam a compra por commodities. Tanto petróleo como commodities metálicas terminaram com apreciação, o que ajudou a Bolsa brasileira a superar os 71 mil pontos", afirma o analista da SLW. Nos EUA, o petróleo fechou ontem em US$ 84,87 o barril, o maior valor desde outubro de 2008.
A ação preferencial "A" da Vale, a mais negociada do dia, foi responsável por 13% de toda a movimentação do pregão. Seu papel PNA teve alta de 0,80%, e o ON, de 1,01%. A empresa informou ontem que chegou a acordo com a maioria de seus clientes para fazer o reajuste trimestral dos preços do minério de ferro. Para a ação preferencial da Petrobras, o resultado foi de valorização de 1,01%.
Como a BM&FBovespa estará fechada hoje, profissionais do mercado esperavam que o pregão de ontem fosse mais morno. Mas o volume financeiro movimentado pelos investidores alcançou os R$ 6,01 bilhões, ficando dentro da média diária deste ano.
Com o cenário internacional favorável, os investidores estrangeiros marcaram presença no pregão local, mantendo o forte ritmo das últimas semanas. Em março, até o dia 30, R$ 2,97 bilhões líquidos em capital externo foram destinados à compra de ações brasileiras -o melhor resultado mensal desde setembro de 2009.
Na semana mais curta, o índice Ibovespa acumulou valorização de 3,57%.


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