|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Termina sem acordo a 1ª reunião sobre retaliação
Medidas contra os Estados Unidos entram em vigor na próxima quarta
Negociadores vão manter o diálogo sobre o tema; consulta pública acerca de propriedade intelectual termina neste domingo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Terminou sem acordo a primeira reunião entre autoridades brasileiras e americanas
para a apresentação de uma
contraproposta dos Estados
Unidos para evitar a retaliação
comercial de bens e propriedade intelectual. Em encontro
ontem no Itamaraty, negociadores apenas prometeram
manter o diálogo sobre as medidas que entram em vigor na
próxima quarta-feira.
A visita da vice-representante de Comércio dos EUA, Miriam Sapiro, é a última cartada
dos norte-americanos para
convencer o governo brasileiro
a não utilizar a retaliação de
US$ 829 milhões. Ela foi autorizada pela OMC (Organização
Mundial do Comércio) devido à
concessão de subsídios e garantias ilegais aos produtores de
algodão daquele país.
Parte dessa punição, a sobretaxação de bens em até US$ 591
milhões neste ano, está prevista para ser aplicada a partir do
próximo dia 7. A expectativa
era que Sapiro apresentasse
ontem uma proposta de compensação comercial ao Brasil,
uma vez que o governo americano depende do Congresso para alterar a legislação sobre os
subsídios. Alguns analistas, porém, também consideravam a
possibilidade de uma eventual
ameaça de contrarretaliação.
No entanto, ao fim do encontro, as autoridades de ambos os
países se limitaram a afirmar,
via assessoria de imprensa do
Itamaraty, que o diálogo foi
construtivo e deve continuar
nos próximos dias.
O governo ainda não definiu
como será aplicada a retaliação
cruzada contra a propriedade
intelectual americana, que se
concentrou na quebra de monopólios sobre medicamentos,
produtos químicos e biotecnologia e suspensão de direitos
autorais, filmes, livros, séries e
musicais. Essa consulta pública
termina no domingo.
A proposta mostra que o Brasil pretende atingir os quatro
privilégios da propriedade intelectual: produção, comercialização, importação e licenciamento. O impacto em 2010 pode chegar a US$ 238 milhões.
Texto Anterior: Vaivém das commodities Próximo Texto: Foco: Murdoch cobrará acesso a conteúdo on-line em junho Índice
|