|
Texto Anterior | Índice
Portugueses fecham compra do grupo O Dia
Negociação envolve gráfica e 700 funcionários; Ongoing diz que planeja manter foco de jornal na classe C
DA SUCURSAL DO RIO
A empresa Jornal Econômico S.A. (Ejesa), controlada pelo
grupo português Ongoing, que
edita o jornal "Brasil Econômico", anunciou ontem acordo
para a compra do Grupo O Dia,
do Rio, da família Carvalho.
O mercado estima a negociação em US$ 75 milhões (R$
133,5 milhões), valor não confirmado à Folha pelo vice-presidente da Ongoing, Rafael Mora. O valor do negócio só será
divulgado após o processo de
verificação de contas, em dois
meses, segundo ele.
O acordo foi selado quarta-feira e envolve os jornais "O
Dia", "Meia Hora" e o esportivo
"Campeão", que venderam
juntos 210.884 exemplares diários em fevereiro, de acordo
com o IVC (Instituto Verificador de Circulação). O grupo
tem 700 funcionários e possui
gráfica, incluída no acordo, assim como o Instituto Ary de
Carvalho, de projetos sociais.
O capital da Ejesa é dividido
entre a família Mascarenhas
Vasconcellos (70%) e o grupo
Ongoing, com 30%, percentual
máximo permitido pela lei brasileira a empresas estrangeiras
na área de comunicação.
No site do "Brasil Econômico", a presidente do Conselho
de Administração da Ejesa,
Maria Alexandra Mascarenhas
Vasconcellos, diz que o acordo
faz do grupo O Dia um "player
relevante no setor de mídia no
Brasil". Brasileira, ela é mulher
do empresário português Nuno
Vasconcellos, presidente do
Conselho de Administração do
Ongoing. Além de dono do
"Diário Econômico", em Portugal, o Ongoing tem participação de 7% na Portugal Telecom
e é o maior acionista da empresa de tecnologia Mobbit.
Segundo o diretor da Ejesa,
Ricardo Galuppo, os jornais receberão investimentos e terão
reforma gráfica. Ejesa e Ongoing dizem que não haverá demissões e os jornais continuarão em seu nicho, a classe C.
Fundado em 1951 pelo ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros, "O Dia" passou
a Chagas Freitas (depois governador do Rio) antes de ser vendido ao empresário gaúcho Ary
de Carvalho, em 1983. Nos últimos anos, houve tentativas de
compra do jornal, inclusive pela Igreja Universal.
Com a aquisição, a Ejesa passará a ter 5,19% do mercado de
jornais impressos do país. "O
Dia" é o quarto em circulação
no Rio e o 18º entre diários no
Brasil. O tabloide popular do
grupo, "Meia Hora", é o oitavo
mais vendido do país. O ranking nacional é liderado pela
Folha, com 7,09% do mercado,
seguido por "Super Notícia"
(MG), "Extra" (RJ), "O Globo"
(RJ) e "O Estado de S.Paulo".
Texto Anterior: Foco: Murdoch cobrará acesso a conteúdo on-line em junho Índice
|