São Paulo, quinta, 2 de abril de 1998

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TELECOMUNICAÇÕES
Aparelho se destina a quem não tem endereço fixo e jovens cujas despesas os pais desejam controlar
Empresa lançará telefone celular a cartão

Rogério Assis/Folha Imagem
Painel exposto na Telexpo'98, feira de telecomunicações que se realiza no Expo Center Norte, em São Paulo


ELVIRA LOBATO
Em São Paulo

A companhia norte-americana CellStar se associou a um grupo de investidores brasileiros como o propósito de lançar, em todo o país, o telefone celular a cartão. O produto se destina às pessoas que não têm endereço fixo, a jovens (cujos gastos os pais querem controlar) e aos que não têm renda para assinar o serviço celular convencional.
O aparelho, apresentado na Telexpo'98, feira que se realiza em São Paulo, funciona com cartões magnéticos similares aos dos telefones públicos. O usuário compra o cartão -em bancas de jornais, bares etc.- com previsão para determinado número de minutos. O telefone só faz ligações se tiver minutos disponíveis, mas pode receber chamadas, mesmo com o cartão esgotado.
João Carlos Zampini, diretor da CellStar do Brasil, disse que a empresa está negociando acordos com as telefônicas estatais que tenham disponibilidade de linhas celulares, como a Telebahia, a Telemig e outras do Nordeste.
Na Grande São Paulo e no Rio de Janeiro, onde há falta de linhas, o grupo não acredita ser possível oferecer o serviço.
O telefone a cartão -que também só funciona com tecnologia analógica- vai custar de R$ 150,00 a R$ 200,00 no Brasil, dependendo das condições acertadas com cada telefônica. Esse preço inclui o aparelho e a linha, ou seja, o usuário não pagará pela habilitação do celular, como também não pagará a assinatura mensal, que é de R$ 37,00, na média.
Em compensação, o minuto de conversa, na ligação local, custará R$ 1,00, quando a tarifa cobrada pelas estatais é hoje de R$ 0,27 o minuto. A receita da CellStar virá da diferença entre o preço que ela cobrar do usuário e o que repassar à telefônica. Zampini disse que a margem da empresa será de 40%, o que torna o serviço rentável.
Os telefones a cartão já respondem por 15% do mercado de telefonia celular norte-americano, que tem 50 milhões de usuários. O sistema é também popular na Europa. A Telecom da Itália, que tem 10 milhões de assinantes, atribui seu crescimento à aceitação do sistema pré-pago, com uso de cartão.

Em Minas
No Brasil, tal sistema já foi adotado pela CTB (Companhia de Telefones do Brasil Central), de Uberlândia (MG), mas é restrito à área de concessão da empresa.
Os telefones a cartão que a CellStar quer vender no Brasil são de fabricação da Unidem e serão importados. Se o usuário quiser deixar o serviço e se tornar assinante do celular convencional, ele terá de adquirir um novo aparelho, pois esse telefone só funciona a cartão. Zampini disse que, em tal situação, o usuário pode vender o aparelho no mercado, pois ele continuará funcionando.


Telexpo'98 - Feira das Telecomunicações; local: Expor Center Norte, rua Coronel Marques Ribeiro, 200, São Paulo, tel. 6959.2333. Horário: das 13h às 22h. Público: profissionais do setor com convite. Até amanhã.



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