DA REPORTAGEM LOCAL

A CUT distribuiu "abadás" -camisetas vermelhas, com o slogan "Emprego e renda, nossa luta, nosso desafio"- e fechou um área de cerca de 200 metros, com grades e isolamento de policiais militares, para sindicalistas e convidados da central.
Os "abadás" foram distribuídos aos sindicatos que solicitaram credenciamento. Convidados, militantes e sindicalistas também receberam bandeiras e bonés da central. "Recebemos cerca de mil camisetas", afirmou José Anjuli Maia, diretor do Sindsaúde (sindicato dos servidores estaduais da saúde). "Saí com uma caravana de 50 pessoas de Guapiara [SP] para vir assistir os shows. Recebi o convite de um amigo do sindicato, mas não sei qual é", disse a trabalhadora rural, Vicentina de Lima, 49, que viajou seis horas até chegar à avenida Paulista.
Quem estava assistindo os shows e não fazia parte da "platéia vip" reclamou. "Cheguei cedo e não consigo ver os artistas por causa dessas bandeiras. Estou me sentindo muito maltratada no dia do trabalhador", disse Lucilene de Souza, desempregada.

Café com bolacha
Durante toda a manhã, representantes e convidados da CUT estiveram no quartel-general da central sindical, localizado na Casa Fasano, bufê freqüentado pelos mais ricos do país, no bairro dos Jardins, em São Paulo.
O local foi cedido gratuitamente por Fabrizio Fasano, proprietário e simpatizante da CUT. No local, o café da manhã -regado a água e café com ou sem açúcar e seis tipos de biscoitos- teve a presença de pessoas que ganharam os convites das empresas patrocinadoras da festa da central. Filas se formaram no local, mas as pessoas se decepcionaram com a infra-estrutura.
"Olha, achei bem pobrinho, viu? Só tinha café e umas bolachinhas", afirmou Maria Carvalho Guimarães, funcionária da área administrativa da Embratel. "Não sei quem veio com essa história de café suculento e farto. Não era essa a nossa proposta", afirmou José Lopez Feijóo, do Sindicato dos Metalúrgicos. (CR e AM)

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