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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Governo parece mais Malan do que Mantega, diz Velloso
A queda de 45,86% do superávit primário em março em relação ao mesmo mês do ano
passado não deve ser encarada
como indicação de uma nova
tendência do governo. Um mês
só é pouco para tirar uma conclusão. O importante é que, no
primeiro trimestre, os resultados continuaram positivos.
De janeiro a março, o superávit somou R$ 27,27 bilhões
(4,68% do PIB), mais de R$ 6
bilhões acima dos R$ 20,98 bilhões (3,89% do PIB) no mesmo período do ano passado. Na
opinião do economista Raul
Velloso, esse é o resultado que
deve ser levado em consideração, e não o de apenas um mês.
Velloso considera esses números do início do segundo
mandato do governo Lula surpreendentes, já que havia uma
promessa de aumento dos investimentos com a criação do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento). O PAC previa
uma injeção de mais R$ 10 bilhões em investimentos públicos por ano em comparação ao
que se gastou no ano passado.
Os investimentos subiram
muito pouco. "Os desembolsos
ainda estão muito lentos", diz o
economista.
Mas não são só os investimentos que surpreenderam.
Também contrariando as previsões, a arrecadação fiscal subiu, apesar de o governo ter
anunciado uma série de desonerações e da impressão que
havia de que a carga tributária
teria batido no teto. Nem uma
coisa nem outra. Os investimentos não subiram o que se
esperava e a arrecadação não
caiu como se imaginava.
"O governo, neste início do
segundo mandato, está mais
para [Pedro] Malan do que para
[Guido] Mantega", diz Velloso.
Ele se refere ao fato de que a política econômica na época de
Malan ao mesmo tempo em
que aumentava a arrecadação
também segurava as despesas,
enquanto Mantega defende o
oposto.
Esses dois fatos se explicam.
Em primeiro lugar, os desembolsos estão lentos porque o
governo demorou a escolher e
escalar sua equipe. O nome do
novo ministro dos Transportes,
Alfredo Nascimento, só foi escolhido há pouco tempo, assim
como no caso da maioria. Agora, com o time em campo, a situação pode ser revertida.
Já a arrecadação aumentou
por dois motivos. Em primeiro
lugar, em razão do crescimento
da economia. Além disso, as
empresas também têm apresentado uma lucratividade
maior do que se previa, o que
tem favorecido esse aumento
da arrecadação de impostos.
ESPORTIVA
A Sony Corporation assinou contrato de parceria global
com a Fifa, válido até 2014, no valor de US$ 305 milhões.
Com isso, a empresa será parceira da Fifa na categoria "Vida
Digital", que abrange de tecnologia a entretenimento, envolvendo todas as empresas do grupo. O contrato prevê a participação da Sony em atividades em mais de 40 eventos da Fifa, inclusive nas Copas do Mundo de 2010 e 2014. "A parceria é mundial, afeta todos os países em que a Sony atua", diz
Marcus Trugilho, responsável pela comunicação e pela propaganda da Sony Brasil. Neste ano, a empresa poderá associar sua logomarca aos cinco eventos programados pela Fifa:
a Copa Mundial Fifa sub-20, no Canadá, a sub-17, na Coréia,
a feminina Fifa 2007, na China, a de futebol de praia Fifa
2007, no Brasil, e a de clubes Fifa 2007, no Japão.
MUDANÇA
Um ano após ter assumido a Fazenda, Guido Mantega finalmente se mudou, no último fim de semana, para a residência oficial do ministro, no Lago Sul, que foi ocupada pelo antecessor, Antonio Palocci. A mudança foi feita durante os dias do feriado, com a família. Até então, Mantega morava num hotel em
Brasília. Ele embarca hoje para o Equador para participar da
reunião do Banco do Sul com os ministros da Fazenda dos países sul-americanos. Depois que o governo brasileiro pediu, as discussões a respeito do Banco do Sul vão começar do zero.
AO VENTO
A Rolex patrocinará pela
primeira vez um evento esportivo no Brasil, a Rolex
Ilhabela Sailing Week. Programada para julho, ela deve
reunir 200 barcos de quatro
países. A Rolex tem parcerias internacionais com iatismo, golfe, tênis, hipismo e
automobilismo.
CARRO VELHO
A Indiana teve alta de
118% na carteira de seguros
Placa Preta -produto para
carros antigos com valor histórico- ante 2006. Para a federação de veículos antigos,
há cerca de 9.000 carros do
tipo no mercado nacional.
TRIBUTAÇÃO
Acontecerá, quinta e sexta, em SP, a conferência "Tax
Aspects of Cross-border
Transactions in Latin American Markets", promovida
pela International Bar Association, que reúne mais de
30 mil advogados no mundo.
Na pauta, a relação entre sistemas tributários de diferentes países em negócios
transnacionais.
DE PANO
Depois de abril empatado
com março, atacadistas de
tecidos esperam que a queda
da temperatura e o Dia das
Mães elevem as vendas, segundo o sindicato do setor.
Bradesco aposta
em dois cortes
de 0,5 na Selic
O economista Octavio de
Barros, diretor do Bradesco,
não vê maiores dificuldades
de o Banco Central baixar
em 0,5 ponto percentual a
Selic nas próximas duas reuniões do Copom até voltar
para o ritmo de corte de 0,25
ponto percentual. "A dinâmica da oferta doméstica e as
importações dão esse conforto", diz.
Segundo ele, é cada vez
mais visível no Brasil a migração de uma economia
com viés historicamente
rentista para uma economia
bem mais focada nos negócios. "Seria previsível que isso ocorresse em algum momento, e tenho a percepção
de que esse momento está
apenas começando."
Para Barros, a queda responsável da taxa de juros,
com inflação sob controle,
está abrindo o apetite para o
empreendedorismo, agora
com risco apenas no negócio,
e não fora dele. "Faz tempo
que não via apetite por tomada de risco tão significativo
como atualmente no país."
Segundo o economista,
"muitos analistas subestimaram olimpicamente os efeitos benfazejos da baixa volatilidade do PIB e da baixa inflação no processo decisório
de investimento no Brasil".
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