São Paulo, sábado, 02 de junho de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

A ÁGUIA POUSOU

Taxa cai de 4,5% para 4,4% em maio; índice NAPM diz que indústria está em contração há dez meses

Desemprego e produção caem nos EUA

SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

Dois índices divulgados ontem nos EUA voltaram a mostrar dados contraditórios sobre a economia do país. O Departamento de Trabalho informou que a taxa de desemprego caiu em maio, após ter atingido seu maior nível em dois anos e meio em abril. Já o índice NAPM, da associação de compradores de produtos industrializados, mostrou que a indústria está em contração há dez meses. Em maio, a taxa de desemprego nos EUA caiu para 4,4%, ante 4,5% em abril. É a primeira queda da taxa em oito meses. Embora o resultado pareça animador, há detalhes nem tão auspiciosos assim. A taxa caiu, mas a economia ainda se mostra incapaz de criar novas vagas de trabalho. No mês passado, o país perdeu 19 mil postos -a queda é menor do que a observada em abril, quando 182 mil vagas foram fechadas.
Funcionários do Departamento do Trabalho acreditam que a queda no índice pode ter sido causada por um fato mais corriqueiro do que uma retomada da atividade econômica. Segundo eles, a pesquisa de maio foi feita extraordinariamente muito cedo e teria deixado de fora o enorme contingente de recém-formados em faculdades (o ano letivo americano acaba em abril) que saem atrás de emprego neste período.
Há outras teorias para a baixa de maio. "O desemprego diminuiu porque muita gente parou de procurar trabalho e estes não contam como desempregados", afirmou Bill Cheney, economista da corretora John Hancock.
Jim Treacey, presidente da TMP Worldwide, um dos maiores sites de empregos do país, discorda. "Com exceção do Vale do Silício, na Califórnia, há uma recuperação do emprego no país todo."
Segundo o relatório, houve aumento no número de vagas na construção e nos setores financeiro e de serviços. As maiores perdas ocorreram na indústria. O relatório da NAPM confirmou o enfraquecimento do setor.
O indicador da associação caiu para 42,1 pontos em maio, contra 43,2 pontos em abril - qualquer valor abaixo dos 50 pontos indica contração, acima, expansão. Para Norbert Ore, diretor da NAPM, o resultado sugere que a economia americana está no meio de seu desaquecimento e "não vai se recuperar tão rapidamente".



Texto Anterior: Impostos: Restituições do primeiro lote têm correção de 2,34%
Próximo Texto: Panorâmica - Bancos: Greenspan pede reformas no Japão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.