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FINANÇAS
Analistas acreditam que investidor tem "apetite" por novos títulos do governo com período de vencimento longo
Mercado "torce" por emissão e prazo maior
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Rumores de que o governo estaria se preparando para fazer uma
nova emissão de títulos da dívida
soberana voltaram a crescer na
sexta-feira passada e devem continuar a atrair a atenção dos mercados, nos próximos dias.
A última emissão de títulos
ocorreu em 29 de abril. Esses papéis lançados tiveram demanda
cinco vezes maior que a oferta inicial. O Banco Central teria vendido US$ 1 bilhão, com prazo de três
anos e sete meses.
"Há um apetite para emissões
mais longas do que a primeira,
entre 7 e 15 anos. O ponto médio
seria em torno de 10 anos", diz um
executivo do setor bancário.
Para ele, o mercado internacional "vê a dívida externa brasileira
como um ativo barato com potencial de valorização grande".
"A tendência é de emissão mais
longa", confirma outro executivo,
ao ressalvar que, por enquanto,
não há nada de concreto com relação à ida do Brasil ao mercado.
Câmbio
A volatilidade do dólar deve diminuir nos próximos dias, segundo operadores, com a definição
da Ptax (taxa média diária do dólar medida pelo Banco Central) de
sexta-feira passada, último dia
útil do mês. Essa taxa é usada para
liquidação de contratos de dólar
no mercado futuro com vencimento no fim de maio.
Grandes investidores e tesourarias de bancos buscaram, nos últimos dias, influenciar a formação
da taxa que lhes fosse mais interessante, o que reforçou as oscilações do câmbio.
Para alguns analistas, novas
captações feitas no mercado internacional contribuiriam para o
recuo do dólar, que fechou cotado
a R$ 2,968, na sexta-feira.
"Se a emissão do governo federal for bem-sucedida e anunciada
nesse período, o dólar deve cair",
diz um analista de banco.
Para outros analistas, porém,
essas captações devem diminuir.
Além disso, a concentração de
vencimentos externos do setor
privado e de cambiais do governo
pressionariam mais o câmbio.
É possível que o BC inicie no final da semana a rolagem da dívida que vence no próximo dia 12, o
que também pode aumentar o
nervosismo.
Na quarta-feira sai mais um dado sobre inflação, o IPC (Índice
de Preços ao Consumidor) da Fipe do mês de maio. Segundo o
BBV Banco, a expectativa é de alta
de 0,25%.
"Preços de alimentos devem
possibilitar a queda marginal da
inflação", afirma Octavio de Barros, economista-chefe. Segundo
ele, agora "há possibilidade de o
BC reduzir a taxa de juros na próxima reunião, em junho".
Até as vésperas do último encontro do Copom (Comitê de Política Monetária), nos dias 17 e 18
de maio, a equipe do BBV era
uma das vozes contrárias ao corte
da taxa básica de juros, a Selic.
Economistas do banco diziam
que não convinha antecipá-lo para não correr o risco de abortá-lo
ou interrompê-lo prematuramente no futuro.
Bolsa
Sem a expectativa de fatos relevantes para a Bolsa no cenário doméstico, analistas dizem esperar
que a Bovespa (Bolsa de Valores
de São Paulo) siga mais de perto
as Bolsas dos Estados Unidos, como na sexta-feira passada.
A reversão da queda da Bovespa
ocorreu com a divulgação do indicador de Chicago (Gerentes de
Compras), que subiu além do esperado. Isso, somado à notícia de
revisão do PIB dos EUA, que cresceu no primeiro trimestre 1,9% (e
não 1,6%), ajudou a impulsionar
as Bolsas.
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