São Paulo, quarta-feira, 02 de junho de 2004

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RETOMADA?

Correlação entre crescimento e criação de vagas é recorde, afirma economista

Emprego acompanhou PIB, diz estudo

DA REPORTAGEM LOCAL

A correlação entre crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e aumento do nível de emprego nos primeiros três meses deste ano foi a mais forte desde 1989, na comparação com trimestres em que se observou reação na atividade econômica no Brasil.
Se o país mantiver esse ritmo de crescimento neste ano, será gerado 1,2 milhão de vagas com carteira assinada no país até o final de 2004.
A estimativa é do economista Marcio Pochmann, secretário do Trabalho da Prefeitura de São Paulo, que ontem divulgou o estudo "Recuperação Econômica e Emprego no Brasil".
No primeiro trimestre, o PIB cresceu 1,6% em relação aos três últimos meses do ano passado. O nível de emprego, ou seja, a quantidade de postos de trabalho formais, subiu 1,5% no país na mesma comparação.
Tradicionalmente, segundo o economista, a relação observada é: a cada 1% de crescimento do PIB, há 0,4% de crescimento do nível de emprego.
"Essa correlação do primeiro trimestre deste ano é muito forte, não tem paralelo do final de 89 para cá. A recuperação que ocorreu, por exemplo, em 1993 e 1996 foi com baixíssima estimulação do emprego formal."
Segundo Pochmann, a reação do nível de emprego no mesmo compasso ao da atividade econômica ocorreu porque no ano passado as empresas estavam operando com um quadro extremamente reduzido.
"Houve uma recuperação em cima da capacidade ociosa das empresas, que estavam operando com muita mão-de-obra terceirizada. Quando a atividade econômica reagiu, houve uma folga, e as empresas contrataram."
Segundo Pochmann, a expansão do emprego se deu principalmente nos Estados onde a estrutura produtiva do país é mais forte. "A desaceleração econômica do segundo semestre de 2002 para cá se abateu principalmente sobre as regiões mais industrializadas, que reagiram agora", afirmou.


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