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Bolsa atinge US$ 1 tri em valor de mercado e supera 53 mil pontos
Com dados positivos nos EUA, Ibovespa sobe 2,21% e bate o 21º recorde do ano; dólar recua 0,99% e vai a R$ 1,906
Estima-se que o BC tenha comprado US$ 4 bi na semana para conter baixa
da moeda dos EUA; risco-país cai a 139 pontos
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE
A Bovespa atingiu ontem a
marca histórica de US$ 1 trilhão em valor de mercado das
empresas negociadas, patamar
de capitalização inédito que só
foi atingido por conta de dois
fatores longamente esperados
pelo mercado: o dólar desceu
ontem à casa de R$ 1,906, menor valor desde 23 de outubro
de 2000, e a Bolsa ultrapassou,
pela primeira vez, os 53 mil
pontos no Ibovespa.
Junho começou com forte
otimismo nos mercados após
um pacote de dados econômicos que animaram os investidores em todo o mundo. A geração
de postos de trabalho quase dobrou nos EUA, mas isso não
pressiona a inflação até o momento. A renda dos consumidor recuou, mas ainda sem impactar os gastos do consumidor
norte-americano. Ou seja, os
juros não devem subir e podem
eventualmente cair no próximo semestre nos EUA.
No Brasil, a Bovespa subiu
2,21%, o que levou o Ibovespa a
53.422 pontos -o 21º recorde
do ano. Nos EUA, a Bolsa de
Nova York comemorou novos
recordes dos índice Dow Jones
e S&P 500, que subiram, respectivamente, 0,30% para
13.668,11 e 0,37% para 1.536,34
pontos.
"O governo americano divulgou números sobre postos de
trabalho e renda, e o mercado
gostou do que viu: inflação sob
controle e mercado de trabalho
vigoroso, uma combinação que
faz as Bolsas subirem", disse
André Borghesan, da corretora
Souza Barros.
O Banco Central interveio
por duas vezes para brecar a
derrocada das taxas de câmbio.
Vendeu papéis que trocam a
variação cambial por juros e depois ainda comprou um volume
expressivo, de cerca de US$ 1
bilhão, no mercado à vista. O
resultado impediu que o dólar
começasse junho abaixo de R$
1,90. Estima-se que o BC tenha
comprado cerca de US$ 4 bilhões nesta semana. No encerramento dos negócios ontem, a
moeda terminou a R$ 1,906,
com baixa de 0,99%.
Os recordes da Bolsa têm o
efeito ambíguo de aumentar a
apreensão dos investidores.
Quanto mais sobe, mas crescem os temores de que possa
corrigir com força -leia-se,
cair bruscamente- em algum
momento. No final de abril,
analistas mencionavam maio
como o mês histórico de baixa.
Não foi isso o que aconteceu, e a
Bovespa avançou 6,76%.
O economista-chefe da corretora Ativa, Arthur Carvalho,
acredita que as projeções são
tão otimistas que a economia
real não vai crescer o suficiente
para entregar os resultados esperados. "O mundo está muito
líquido [com muito dinheiro
disponível] e com muita riqueza. Em todas as economias, excesso de demanda tem uma
conseqüência: aumento de preços", disse.
No mercado de títulos, o risco-país voltou para 139 pontos.
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