São Paulo, segunda-feira, 02 de junho de 2008

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Após retração nos anos 90, bancos e montadoras ampliam as vagas

DA SUCURSAL DO RIO

O setor bancário e a indústria automobilística foram talvez os que melhor retrataram o enxugamento de postos de trabalho nos anos 90. Demitiram milhares de pessoas ao automatizar serviços e processos, investir pesado em tecnologia e terceirizar tarefas. Agora, o número de empregados nesses ramos voltou a crescer.
"Temos hoje menos pessoas em tarefas burocráticas, que foram automatizadas, mas o quadro de pessoal cresceu. São pessoas mais ligadas ao negócio, na linha de atendimento ao cliente e na oferta de produtos", afirma o diretor de de relações de trabalho da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Magnus Apostólico.
O que não mudou, porém, foi a concentração do setor financeiro nas grandes cidades -São Paulo corresponde a 25% do emprego. A atividade é também uma das que se destacam no aumento das vagas nas regiões metropolitanas.
Ao final de 2007, o total de bancários chegou a 440 mil, mais do que os 425 mil em 2006. "E o emprego vai continuar a crescer neste ano", diz.
A Febraban não tem uma estatística completa, mas o setor também se destaca por gerar postos indiretos e demandar serviços de outros ramos. "Há mais de 80 mil vigilantes em bancos. Promotores de crédito chegam a 150 mil." Mais uma vez, esses profissionais estão concentrados nas metrópoles.
Na esteira dos recordes de produção de veículos, a indústria automobilística experimenta um avanço do emprego sem precedentes desde o começo dos anos 90. O total de empregados nas montadoras bateu em 125,9 mil -maior marca desde 1990 (138,3 mil).
Apesar de a indústria ter aberto novas unidades fora dos grandes centros tradicionais (ABC paulista e entorno de Belo Horizonte), ainda é bastante concentrada nas regiões metropolitanas -as novas fábricas da Ford, da Renault e da GM foram para o entorno de Salvador, Curitiba e Porto Alegre.
A julgar pela previsão da Anfavea de expandir a produção para 3,2 milhões de veículos em 2008, o emprego deverá se manter aquecido. Em 2007, foram 2,97 milhões de unidades.
Segundo dados do Caged, o emprego formal na indústria de material de transporte aumentou 25% nas metrópoles. A alta foi de 17,9% em todo o país.
Outros ramos da indústria que vão bem nas metrópoles são os de metalurgia e mecânica -expansão de 82,9% e 57,6% no primeiro quadrimestre de 2008, respectivamente.
Já no setor de serviços, um dos destaques é a atividade de alimentação, hotelaria, turismo e de outros serviços. Foram gerados 81,3 mil vagas no país no primeiro quadrimestre deste ano -sendo 39,1 mil nas seis maiores metrópoles.
"Há uma oferta muito grande de emprego no setor, especialmente de vagas mais especializadas, como recepcionistas que têm um segundo idioma e chefes de cozinha", disse Akiko Yamamoto, diretora de Recursos Humanos da Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo.
Para Eduardo Zaidan, vice-presidente do Sinduscon, a construção civil já sofre com a carência de profissionais especializados em razão do forte aquecimento do setor -impulsionado pela maior oferta de crédito. "Os engenheiros estão sendo laçados na faculdade."


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